As novas revelações do Intercept, desta vez em parceria com a revista Veja, são, até agora, o ponto
culminante nas revelações sobre a parcialidade e ilegalidades cometidas por Moro na Operação Lava Jato. A perseguição inclemente a Lula está posta à luz do dia.
O ex-presidente tem que ser libertado o quanto antes, ainda hoje se possível, para que não se aprofunde a um ponto irreversível o dano causado ao Judiciário brasileiro pela operação de Curitiba. É dever de Justiça e humanidade libertar Lula já; não há razão para manter um senhor de 73 anos preso ilegalmente para que passe o inverno de Curitiba na cadeia.
A partidarização do Judiciário nos últimos anos fere o Estado Democrático de Direito. É urgente que se faça Justiça dentro da própria magistratura sejam punidos exemplarmente os agentes do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal que usaram o poder de Estado para uma perseguição política sem tréguas.
O volume das revelações é avassalador. Registra a reportagem Intercept-Veja:
No material que o Intercept diz ter recebido de uma fonte anônima, há quase 1 milhão de mensagens, totalizando um arquivo com mais de 30 000 páginas. Só uma pequena parte havia sido divulgada até agora — e ela foi suficiente para causar uma enorme polêmica. Em parceria com o site, VEJA realizou o mais completo mergulho já feito nesse conteúdo. Foram analisadas pela reportagem 649 551 mensagens. Palavra por palavra, as comunicações examinadas pela equipe são verdadeiras e a apuração mostra que o caso é ainda mais grave. Moro cometeu, sim, irregularidades. Fora dos autos (e dentro do Telegram), o atual ministro pediu à acusação que incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem. Além disso, revelam os diálogos, comportou-se como chefe do Ministério Público Federal, posição incompatível com a neutralidade exigida de um magistrado. Na privacidade dos chats, Moro revisou peças dos procuradores e até dava bronca neles. “O juiz deve aplicar a lei porque na terra quem manda é a lei. A justiça só existe no céu”, diz Eros Grau, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, falando em tese sobre o papel de um magistrado. “Quando o juiz perde a imparcialidade, deixa de ser juiz.”