O deputado Coronel Ulysses (União–AC) é o único da bancada do Acre na Câmara, oposição de fato ao governo Lula (PT). Ulysses é, também, o único parlamentar acreano que se manteve fiel aos compromissos assumidos com os eleitores identificados com seus ideários, vez que toda a bancada foi eleita por militantes perfilados a partidos que apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). É o que aponta o Placar Congresso, plataforma que monitora e mede o alinhamento dos parlamentares da Câmara e do Senado na votação de projetos de interesse do Planalto.
De fevereiro de 2023 – quando assumiu o mandato – até 28 de junho, Ulysses foi 70,4% oposição ao governo Lula nas 135 votações das quais participou. Já a sua colega de partido, Meire Serafim, é a mais governista dos deputados do Acre. Votou 86,7% a favor do governo, e apenas 13,3%. Serafim votou 117 vezes a favor do governo.
A ala governista é ainda formada por Socorro Neri (80,5%), Zezinho Barbary (80,1%) e Antônia Lúcia (74). Esta última, evangélica, posava de bolsonarista durante a campanha eleitoral, inclusive, explorando a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso de Antônia Lúcia é o mais emblemático: vendeu ao eleitor a imagem de ‘conservadora’ e, após empossada no mandato, virou a casaca, se alinhando aos interesses do governo petista.
De origem esquerdista, Socorro Neri – que foi vice-prefeita do petista Marcus Alexandre e filiada ao PSB (Partido Socialista Brasileiro) – foi eleita pelo PP e, também, integra a bancada lulista na Câmara. Em 113 votações, Neri chancelou 91 vezes os projetos enviados à Câmara por Lula, tornando-se a segunda deputada mais governista da bancada do Acre.
Considerados integrantes do Centrão, os deputados Gerlen Diniz, Roberto Duarte e Eduardo Velloso também integram a bancada pró-Lula. Destes, Roberto Duarte foi o que mais votou favorável aos interesses governo: 46,7% em 146 votações. Ele é seguido por Velloso (43,3%) e por Gerlen (39%).
Já o suplente Fábio Rueda – que assumiu por 120 dias o lugar de Velloso na Câmara – também integrou o bloco governista. Até o dia 9 de abril, data de seu último voto como deputado, Rueda votou 51,9% com o governo num total de 27 votações.