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Política

Candidato ao governo, Jorge Viana, do PT, diz que Acre terá melhor internet da Amazônia, vai apostar no agro sustentável e levar o Exército para a Cidade do Povo

Candidato ao governo, Jorge Viana, do PT, diz que Acre terá melhor internet da Amazônia, vai apostar no agro sustentável e levar o Exército para a Cidade do Povo

Candidato participou da série de entrevistas ao vivo no Jornal do Acre 1ª Edição, com transmissão pelo g1

Jorge Viana, de 62 anos, esteve no estúdio em Rio Branco (AC), onde foi entrevistado pela apresentadora Quésia Melo. Jorge Viana tem como vice o ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre..

Jornal do Acre 1ª Edição - Durante o seu governo aqui no estado o foco sempre foi a Florestania. Mas o seu novo plano de governo o senhor aposta agora no agronegócio. O que mudou? Por que as cadeias produtivas sustentáveis deixaram de ser o foco?

Jorge - Não mudamos nada, só vou fazer mais e melhor do que o que eu já fiz. Quem construiu os primeiros silos pra armazenar grão foi o meu governo. Fiquei 8 anos no governo. O silo chegou a ter 520 produtores armazenando seus grãos. Agora tá na mão de um. E os pequenos produtores lá de Plácido e de Acrelândia não têm apoio pra mecanização. Nós fizemos eletrificação rural, asfaltamos as entradas, a 317, a 475, de Brasiléia até Assis Brasil, a entrada de Xapuri, 364 , a Transacreana foi asfaltada no meu governo. Agora, a questão ambiental é uma questão de bom senso, o Rio Acre tá morrendo, tá faltando água no Bujari. Eu vou surpreender, tem 7 mill hectares de soja sendo plantada hoje no Acre só. Você planta soja agora em outubro e ela vai ser colhida em janeiro, fevereiro. A soja ajuda a fixar nitrogênio no solo. Dá pra aliar, o melhor aliado de quem cria, de quem planta, de quem produz é o meio ambiente. Eu vou fazer o agro sustentável, a agricultura familiar. Aí quando chega janeiro, fevereiro, você colhe a soja, planta milho, planta capim, aí quando chega junho, julho, você tira o milho, ganha um dinheirinho e deixa o capim. Quando vem uma seca como seca, julho, agosto, setembro, que ninguém tem pasto pra pôr o boi quem fizer dentro de uma técnica dessa, vai ter um capim santo, que chama o boi-safrinha.

É isso que nós vamos fazer para que o Rebando do Acre possa dobrar, o plantio de soja no Acre passe de 30 mil hectares. O plantio de milho hoje é menos de 30 mil hectares, vamos chegar a 50/ 60 mil hectares de milho, porque o Acre tem em torno de 380 mil hectares absolutamente, adequado para o agronegócio sustentável, para agricultura sustentável, para pecuária de rendimento. É isso que a gente vai fazer. Meu plano é de trabalhar pelo agricultor, pelo fazendeiro, pelo produtor, e gerar emprego aqui na cidade porque mais da metade da população do Acre hoje está numa situação de pobreza.

Jornal do Acre 1ª Edição - A gente percebe que muitos jovens estão deixando o Acre, indo para outros estados, em busca de uma oportunidade de trabalho. Qual a proposta para mudar essa realidade?

Jorge - Uma questão central pra nós é a geração de emprego. Rio Branco parece que vive num eterno feriado. Não tá acontecendo nada...você atravessa a cidade de um lado e outro e não tem obra do governo do estado. Nós queremos implantar o maior programa de obras públicas e geração de empregos no Acre. Vamos trabalhar nos 22 municípios já no primeiro ano. Habitação é o carro-chefe da criação de empregos pra quem não tem um preparo ou pra quem já é um profissional, que pode ser um eletricista, um pedreiro. Nós vamos trabalhar com habitação. Vamos trabalhar com um programa de habitação, só em Rio Branco nós vamos construir 10 mil casas, 6 mil só na Cidade do Povo, porque eu pretende levar o Batalhão, o BEC, pra Cidade do Povo, pra resolver o problema da Segurança, Fazer um acordo com o Exército, construir um lugar maior pra eles, liberar aquela área do 7º BEC pra genter ter um grande parque. Aliás, parque, nós vamos implantar nos 22 municípios. O Parque da Maternidade será revitalizado de novo. Nenhuma família ficará desamparada.

Jornal do Acre 1ª Edição -Um dos principais problemas no estado é a dificuldade de acesso em vários municípios. As condições dos ramais são ruins e pioram no inverno e as rodovias estaduais também possuem vários pontos críticos. Como fazer para garantir que essas estradas sejam sim recuperadas, mas recebam manutenção para não voltarem a ficar precárias?

Jorge - Quando eu assumi o governo o orçamento do Acre era de R$ 500 milhões, quando eu entreguei pro Binho, 8 anos depois, o orçamento era de R$ 2 bilhões, nesse período todo pra cá, o orçamento do Acre agora é 7 bilhões, se eu fiz tudo aquilo com 500 milhões por ano, imagine com 7 bilhões. Essa coisa do ramal é muito séria. Nós fizemos a BR 364, a 317 e a Transacreana também, a 317 indo para Boca do Acre também, a 75 também, a infraestrutura de eletrificação nas fazendas, nas colônias foi na nossa época também. Nós vamos moralizar essa confusão da BR, não é possível.

Jornal do Acre 1ª Edição - Falando em falta de infraestrutura, um dos maiores gargalos quando se fala em integração é a BR-364. Durante a sua passagem pelo governo foram vários os investimentos na rodovia para que ela ficasse trafegável o ano inteiro. Isso não aconteceu até hoje. Caso seja eleito, quais as medidas que o senhor vai tomar agora em relação à BR-364?

Jorge - Faz 16 anos que eu saí do governo. A BR-364, eles ganharam o governo federal, bancada federal, e não cuidam nem das Brs? Nós vamos consertar tudo. Nó vamos pegar essa BR de volta. Vou pedir obra delegada, traz pro estado, põe dinheiro, resolve a estrada e vai cuidar dos ramais. É isso que eu assumo o compromisso de fazer.

Jornal do Acre 1ª Edição - Falando em saúde. Ainda estamos numa pandemia. E esse cenário acabou mostrando a fragilidade do sistema público de saúde do nosso estado. Falta de leitos, funcionários e até medicamentos. Como garantir que os acreanos tenham acesso a um sistema de saúde realmente efetivo e reduzir principalmente as filas para cirurgias? No interior do Acre a situação dos hospitais também é crítica. Além disso, muitas localidades sofrem com a falta de médicos, sejam clínicos-gerais ou especialistas. No seu plano de governo o senhor diz que vai implantar um sistema de telemedicina e telediagnóstico em todos os municípios do acre. Como isso vai funcionar principalmente com a dificuldade de internet em várias cidades do Acre?

Jorge - O mundo não será mais o mesmo depois da pandemia, a Saúde não vai ser mais a mesma, a Educação não vai ser mais a mesma, o emprego não vai ser mais o mesmo. Eu quero tornar o Acre um estado que tenha a melhor internet da Amazônia. Essa é a infraestrutura fundamental pra gente ter. Quero inserir o Acre no mercado de carbono. Mas ter a melhor infraestrutura de internet da Amazônia para gente ter de novo curso superior em todos os 22 municípios do Acre, pra gente ter uma telesconsulta acontecendo com especialistas, mesmo a distância. Então nosso projeto da saúde, fortalecer e ter de fato 5 hospitais regionais. Revitalizar e botar pra funcionar com seriedade. A nossa proposta é moralizar a saúde, valorizar os médicos, valorizar a enfermagem.

Jornal do Acre 1ª Edição - O candidato tocou em um assunto importante que foi a integração digital. Por onde começaria esse projeto?

Jorge - Pra mim tem duas áreas muito importantes: a conectividade, de ter uma internet de qualidade, é fundamental pra saúde, educação e segurança, e pro emprego do futuro e a outra é o Mercado de Carbono, porque a gente vai trabalhar fortemente. Eu espero que a gente faça uso da floresta. Não adianta viver numa região com floresta, rica e o povo passando necessidade. Eu como engenheiro florestal vou mudar isso. Agora o mercado de carbono é pra valer. Imagine o Acre podendo ganhar dinheiro com as florestas que tem e esse dinheiro chegando uma vez por ano nas famílias pobre que moram nos bairros de qualquer município. Nós vamos fazer, entendendo o mundo novo que nós estamos vivendo e vendo que a gente mora numa região muito especial do planeta.

Jornal do Acre 1ª Edição - O Acre tem muito potencial turístico, como a Serra do Divisor, o Rio Crôa, mas um dos problemas é como chegar até esses locais. Existe uma proposta para melhorar o acesso?

Jorge - Nós temos emergências, primeiro nós vamos cuidar das pessoas, mas a indústria de turismo é uma das indústrias que mais vai crescer no mundo. E quem vive na Amazônia, os governos tem que trabalhar isso. Turismo é um espaço enorme pra gerar emprego, pra valorizar o que nós temos de bom. Mas Acre sem infraestrutura de transporte, sem meios de comunicação não vai alcançar isso. Eu queria assumir esse compromisso de que vamos resolver primeiro esse problema social que a gente vive hoje, das pessoas sem trabalho, das pessoas pedindo comida na rua. E para isso nós vamos chamar as igrejas. Nenhuma pessoa vai ficar pedindo comida no meio da rua. Vamos chamar as igrejas, tem tanta igreja que faz trabalho social, mas trabalha sozinha. Pactuar com as igrejas evangélicas e católicas. Nós vamos financiar. Eu sei que é importante ajudar, mas quem vai resolver é governo.