Em meio ao mal-estar resultante de um vídeo veiculado em suas redes sociais onde se mostrava como um leão sendo atacado por hienas que levavam o símbolo de instituições como o Supremo Tribunal federal (STF), Jair Bolsonaro disse que a publicação foi um “erro”
e uma “injustiça” e que, por isso, pedia “desculpas públicas” à Corte.
"Me desculpo publicamente ao STF, a quem por ventura ficou ofendido. Foi uma injustiça, sim, corrigimos e vamos publicar uma matéria que leva para esse lado das desculpas. Erramos e haverá retratação”, disse Bolsonaro ao jornal O Estado de S. Paulo durante sua viagem à Arábia Saudita.
Mais cedo, Bolsonaro havia abandonado uma entrevista coletiva ao ser questionado sobre a reação do ministro do STF Celso de Mello ao vídeo, que foi apagado cerca de duas horas após ter sido publicado. No vídeo, partidos de oposição ao seu governo, como o PT e o PSOL, além da sua própria legenda, o PSL, e instituições como a ONU também foram retratados como hienas.
Ainda segundo Bolsonaro, o vídeo foi veiculado “sem o devido cuidado” e que sua equipe teria sido orientada para evitar publicações do gênero. "O vídeo não é meu, esse vídeo apareceu, foi dada uma olhada e ninguém percebeu com atenção que tinham alguns símbolos que apareciam por frações de segundos. Depois, percebemos que estávamos sendo injustos, retiramos e falei que o foco são as nossas viagens", ressaltou.
Ele também disse que o filho Carlos Bolsonaro, que já admitiu realizar publicações em suas contas nas redes sociais, não pode ser responsabilizado pelo episódio. "Não se pode culpar o Carlos. A responsabilidade final é minha. O Carlos foi um dos grandes responsáveis pela minha eleição e é comum qualquer coisa errada em mídias sociais culpá-lo diretamente. A responsabilidade é minha, tem mais gente que tem a senha e não sei por que passou despercebido essa matéria aí", disse.