“Vamos, juntos do governo estadual, entregar água, esgoto e dignidade nos quatro cantos do Acre”, diz o prefeito e presidente da Amac
Diante das críticas feitas pelo senador Alan Rick sobre a condução do consórcio de resíduos sólidos que envolve os 22 municípios acreanos, o prefeito de Rio Branco e presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac), Tião Bocalom, apresentou um contraponto firme, técnico e institucional que reposiciona o debate.
Segundo Bocalom, ao contrário do que foi dito em audiência no Senado, o projeto não está parado — foi ampliado. A nova proposta, construída com o apoio dos prefeitos acreanos, passará a contar com a coordenação do Governo do Estado e integrará os eixos de gestão de resíduos sólidos, abastecimento de água e esgotamento sanitário.
“Batemos o martelo. Quem vai liderar esse processo agora é o Governo do Estado, e com um projeto mais completo, mais seguro e mais eficiente. Estamos falando de água, esgoto e lixo — e não apenas de aterro sanitário”, explicou o prefeito.
As declarações de Alan Rick sugeriam que a Prefeitura de Rio Branco seria o principal entrave à assinatura do projeto de modelagem entregue pelo governo federal no fim de 2023. Bocalom rebate, afirmando que não assinou o modelo anterior por responsabilidade, já que o formato apresentado trazia riscos operacionais, jurídicos e financeiros aos municípios.
“Assinar um contrato sem clareza sobre a execução e os impactos futuros seria irresponsável. O que fizemos foi buscar uma solução melhor — e conseguimos. Agora o Estado entra com estrutura e garante mais segurança técnica e legal para todos.”
Com a adesão do Estado, representado pelo secretário de Planejamento, coronel Ricardo Brandão, o novo modelo permitirá maior captação de recursos federais e melhor execução das obras e serviços. A ata que oficializa essa adesão já está em fase de assinatura.
“Não estamos aqui para disputar protagonismo. Estamos aqui para resolver. É por isso que o Estado está assumindo a frente junto dos nossos queridos prefeitos. O que importa não é quem aparece, mas que o serviço chegue à população.”
Segundo Bocalom, a reformulação foi consenso entre os prefeitos após constatarem que o modelo anterior não assegurava equilíbrio financeiro e técnico. A ampliação do projeto atende ao novo Marco Legal do Saneamento e prepara o Acre para soluções estruturais de longo prazo.
“Não podemos deixar as rixas contra o nosso querido governador Gladson atrasar nosso estado. Enquanto outros, infelizmente, politizam, a gente trabalha. E quando esse novo modelo sair do papel, o povo vai saber quem teve coragem de fazer o certo.”
Nota oficial do prefeito Tião Bocalom
Em resposta às recentes declarações do senador Alan Rick, venho esclarecer alguns pontos fundamentais que não podem ser ignorados:
Com a experiência de quatro mandatos completos como prefeito, nunca tive uma conta reprovada nem respondi por malversação do dinheiro público. Não entro em barco furado.
Há pouco mais de um ano, Vossa Excelência apresentou um estudo sobre a gestão de lixo para os 22 municípios, com previsão de custo de R$ 7 milhões — antes mesmo da consolidação do consórcio. Agora, depois de consolidado, o custo anunciado saltou para R$ 14 milhões. Tem alguma coisa errada aí, ou não tem?
E é importante lembrar: esse valor elevado é apenas para o estudo do lixo. Enquanto isso, o Governo do Estado pagou pouco mais de R$ 4 milhões, em 2022, para um estudo completo sobre água e esgoto, áreas muito mais complexas. A comparação é inevitável e precisa ser feita com responsabilidade.
Não serei o gestor que vai transferir para os municípios — e para prefeitos que zelam por seus CPFs, assim como eu — uma dívida milionária por um projeto sem garantias de viabilidade. Agora, com o Estado assumindo a liderança, os riscos são compartilhados e o foco é o saneamento completo: água, esgoto e lixo, em todos os 22 municípios.
Lembre-se, senador: pela minha experiência em gestão pública, não coloco minha mão em cumbuca.
Também não aceitarei que interesses escusos imponham sobre os ombros do povo uma nova taxa de lixo impagável para os mais pobres, ou injusta com quem já paga seus tributos com sacrifício. O caminho precisa ser técnico, responsável e justo.
Lutar sempre. Entregar-se, jamais.
Tião Bocalom
Prefeito de Rio Branco
Presidente da Amac