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Política

Ao lado dos governadores Gladson Cameli e Marcos Rocha, ministro da Infraestrutura anuncia inauguração da ponte sobre o rio Madeira para dezembro

Uma gigantesca estrutura de concreto e aço chama a atenção de todos que atravessam o rio Madeira, por meio de balsas, em Abunã (RO). A tão esperada ponte, que põe fim a dependência de embarcações e conectará o Acre de uma vez por todas com a malha rodoviária nacional, está prestes a ser concluída e inaugurada pelo governo federal.

 Nesta sexta-feira, 2, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, e os governadores do Acre, Gladson Cameli, e de Rondônia, Marcos Rocha, fizeram uma vistoria técnica nas obras da ponte. Com 95% da construção concluída, os trabalhos concentram-se na margem direita do rio, lugar conhecido como o “lado de Rondônia”.

Também participaram da agenda o senador Marcio Bittar, o deputado federal Allan Rick e ainda parlamentares da bancada federal de Rondônia. 

Por ser mais baixo e possuir solo instável em relação à margem esquerda, o projeto original da minha estrutura precisou ser alterado. Na grande enchente de 2014, toda extensão do local ficou alagada e caso a proposta fosse mantida, o acesso à ponte corria o risco de ficar isolado em caso de nova cheia. 

Para evitar que isso aconteça, o governo federal decidiu aumentar em 400 metros o vão central da ponte e aumentar o nível da pista de acesso à BR 364. Uma decisão acertada e que afasta qualquer risco de interdição, como ocorreu seis anos atrás.

De acordo com Tarcísio Gomes, todo o cronograma da fase de conclusão da obra está sendo rigorosamente cumprido. O ministro enfatizou ainda que a ponte do rio Madeira será inaugurada ainda em 2020 pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. 

“Está tudo sob controle e, em dezembro, temos condições de entregar [a ponte]. Os trabalhos estão concentrados na concretagem de uma última galeria e terminando o aterro. Ainda no mês de outubro, começamos a asfaltar o aterro e estamos concretando a parte da estrutura que falta para interligar a ponte. A nossa previsão é que na segunda ou terceira semana de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro esteja aqui entregando essa importante obra para os dois estados. Uma obra no Estado de Rondônia, mas que atende muito e majoritariamente o Estado do Acre, proporcionando sua integração com o resto do Brasil”, afirmou.

Atuação de Gladson Cameli foi determinante para construção da ponte

Enquanto senador da República, Gladson Cameli foi um dos principais defensores da ponte sobre o rio Madeira. Ao atravessar a estrutura pela primeira vez, o governador acreano ficou emocionado e recordou que um antigo sonho da população do Acre já é realidade. 

“Infelizmente, muitos que sonharam com este momento já não estão mais entre nós. Mas a esperança de um futuro melhor para as nossas gerações está começando. Como parlamentar, lutei para que esta obra não para um dia sequer. Gostaria de dizer que todo esforço valeu a pena e que muito em breve retornaremos aqui para festejar a inauguração dessa ponte. O Acre nunca mais vai depender de balsas para poder se desenvolver”, pontuou.

Para o gestor, um novo horizonte cheio de boas oportunidades será aberto ao Acre após o término da ponte. Cameli destacou a ligação em definitivo do corredor rodoviário Atlântico-Pacífico como crucial para alavancar a economia acreana e demais estados da região Norte. 

“Como sempre costumo falar, aqui está sendo construído o segundo canal do Panamá. A ponte sobre o rio Madeira representa a união dos oceanos Pacífico e Atlântico. Além disso, o Acre será integrado com os demais estados. Tenho a certeza que esta importante obra nos trará inúmeros benefícios e vamos trabalhar para que o nosso estado aproveite ao máximo as oportunidades para crescer ainda mais”, argumentou Gladson. 

marcio bittar

Apoio do senador Marcio Bittar 

A atuação do senador Marcio Bittar foi fundamental para assegurar a destinação de R$ 23 milhões em recursos da União para a conclusão da estrutura. “De fato, tinha só um R$ 1 milhão em recursos. Conseguimos mais R$ 15 milhões com o governo federal e eu consegui, extra orçamentário, mais R$ 7 milhões como relator do orçamento passado. Este é um sonho do Acre inteiro que esta se tornando realidade”, ressaltou. 

O governador de Rondônia aproveitou a oportunidade para agradecer o compromisso do governo federal na conclusão da ponte e com o desenvolvimento econômico e social da Amazônia. “O meu muito obrigado ao presidente Bolsonaro e ao ministro Tarcísio por estarem completando essa obra de extrema importância para nós. A ponte fica em Rondônia, mas é fundamental para o Estado do Acre, Rondônia, Amazonas e Roraima. É o desenvolvimento chegando para a nossa região”, disse Marcos Rocha. 

A ponte do Madeira

Os números da ponte impressionam. Com 1,5 quilômetro de extensão e 14,4 metros de largura, as empresas responsáveis por sua construção já utilizaram 25 mil metros cúbicos de concreto e 4,8 toneladas de aço. Em seu auge, chegou a contar com a força de trabalho de 160 operários. Atualmente, 120 profissionais atuam na reta final da obra. 

Na margem esquerda do rio, o chamado “lado do Acre”, a estrada que liga a cabeceira da ponte à rodovia já está pronta. A pista, inclusive, está prestes a receber sinalização vertical e horizontal. 

Iniciada em setembro de 2014, a ponte enfrentou uma série de dificuldades referentes ao cronograma de repasse de recursos federais para o andamento da obra. No governo do presidente Jair Bolsonaro, a finalização da estrutura é tratada com prioridade e reforça o compromisso da União com o desenvolvimento do Acre. 

Embora localizada no vizinho estado de Rondônia, a ponte é muito mais emblemática para o Acre. Reivindicação antiga dos acreanos, a estrutura é aguardada desde a abertura da BR 364, entre Rio Branco e Porto Velho (RO). Sinônimo de atraso, a travessia de balsa entre as duas margens leva, em média, meia hora. Porém, nos momentos mais críticos do ano, como nos períodos de cheia e seca, o tempo para fazer o mesmo percurso é superior a uma hora.

Devido a essa constante instabilidade, o abastecimento regular de gêneros de primeira necessidade é sempre colocado em risco, sobretudo, alimentos perecíveis e combustível.

Após o término da obra da ponte, será possível cruzar o Madeira em poucos segundos. Além disso, não será mais necessário o pagamento de uma taxa para atravessar o rio. Atualmente, o valor cobrado para uma carreta rodotrem (9 eixos) carregada é de R$ 210,00, o mais elevado entre os veículos.


Fotos: Marcos Vicentti