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Política

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Antonia Sales critica omissão do poder público e reforça a importância das comunidades terapêuticas

Antonia Sales critica omissão do poder público e reforça a importância das comunidades terapêuticas

Durante a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), realizada nesta quinta-feira (3), para discutir o papel e os desafios das comunidades terapêuticas no Acre, a deputada Antônia Sales (MDB) fez um pronunciamento repleto de reflexões sobre o abandono de populações em vulnerabilidade pelo poder público. Ela iniciou sua fala admitindo que, antes da reunião, não compreendia plenamente o que eram as comunidades terapêuticas. “Eu pensava que eram locais onde se elaboravam medicamentos. Mas hoje entendi que são espaços de acolhimento e tratamento para pessoas que enfrentam a dependência química. E isso só reforça a importância de buscarmos conhecimento sobre temas que muitas vezes deixamos passar em branco”, declarou.

A emedebista criticou a insensibilidade da sociedade e dos gestores diante do sofrimento humano, recordando o relato de um participante sobre uma pessoa revirando lixo em busca de comida, ela questionou: “Quantos de nós paramos para perguntar o que aquela pessoa precisa? Para oferecer uma refeição, uma cesta básica ou mesmo uma palavra de acolhimento? ” A parlamentar afirmou que muitas vezes só despertamos para essas realidades quando o problema atinge alguém próximo, e alertou para a necessidade urgente de políticas públicas efetivas. “Essas pessoas são invisíveis para o poder público. Estão gritando por socorro, mas ninguém escuta. Nossos gestores tampam os ouvidos”, disse.

A deputada também compartilhou experiências recentes nas comunidades ribeirinhas do estado, onde presenciou situações de extrema vulnerabilidade. “Distribuí 60 cobertores e cestas básicas em quatro comunidades. O que vi foi fome, gente. Uma felicidade imensa por ganhar uma cesta básica. Nosso povo está passando por necessidade, e a gente precisa parar para pensar nisso com seriedade”, relatou, com a voz embargada. Para ela, essa mesma miséria urbana é refletida nas ruas da capital, onde muitos vivem em situação de rua sem qualquer tipo de amparo do Estado.

Ao final da sua fala, Antônia Sales fez uma crítica direta à ausência na audiência de parlamentares e de gestores públicos. “Somos 24 deputados estaduais. Onde estão os outros 22? Eu vim porque achei que a deputada Michelle Melo estaria sozinha aqui, e de fato está. Ela está sozinha nessa luta, enquanto muitos simplesmente ignoram um debate tão essencial”, disparou. A deputada afirmou que a luta por políticas públicas que apoiem verdadeiramente as comunidades terapêuticas. “Esse povo merece ser visto, acolhido e tratado com dignidade. Não podemos continuar fingindo que está tudo bem”, finalizou.