Durante sessão na Câmara Municipal de Rio Branco, nesta semana, o vereador André Kamai (PT) fez um duro pronunciamento denunciando práticas de coação, assédio e perseguição a servidores dentro da Prefeitura de Rio Branco, sob gestão do prefeito Tião Bocalom.
Kamai destacou que a oposição tem sido sistematicamente apagada pela base governista, inclusive em movimentos recentes relacionados ao pedido de afastamento do superintendente do RBTrans. Segundo ele, embora a base alegue protagonismo, o pedido partiu inicialmente do vereador Fábio Araújo.
O parlamentar lembrou que requerimentos da oposição já foram desconsiderados pela base em outras ocasiões, como a convocação do secretário de Infraestrutura. “Não tratem a gente de feitos idiotas. A prática de apagar as ações da oposição é recorrente nesta Casa”, afirmou.
André Kamai relatou ainda que áudios, supostamente com a voz do superintendente do RBTrans, circulam entre vereadores, revelando coação de servidores para apoiar candidaturas específicas. “Num ambiente de medo e de coação, é muito difícil as pessoas virem a público. Elas nos procuram, pedem sigilo, e nós respeitamos isso. Mas todos aqui ouviram os áudios”, disse.
O vereador foi incisivo ao acusar Bocalom de se posicionar de forma recorrente a favor de assediadores e contra as vítimas. Para ele, o assédio sistemático praticado conta com o aval do prefeito. “Nessa gestão, o assédio é uma prática recorrente e tem o apoio do chefe do Executivo. Sempre que houve denúncia, o prefeito ficou ao lado do assediador e acusou a vítima. As pessoas têm medo. E é por isso que precisamos agir”, declarou, defendendo a instalação de uma CPI para investigar os casos de assédio.
Kamai ampliou a crítica para além da esfera municipal, citando situações recentes de servidores do Estado, inclusive o caso de uma enfermeira contratada provisoriamente que, após ser demitida de forma repentina, foi encontrada morta dias depois em casa. “É uma vida que está colocada ali. Assim como é a vida dos servidores do RBTrans, que estão sendo coagidos todos os dias”, ressaltou.
Ao encerrar, Kamai reforçou que o debate precisa ser tratado com seriedade, sem manobras políticas. “Peço que mantenhamos o debate no nível da verdade, não do joguinho. Querem aderir ao afastamento do superintendente? O vereador Fábio Araújo foi o primeiro a propor. É só votar e aprovar”, concluiu.