Estados Unidos atendem a pedido de extradição do Peru, onde Toledo é acusado de receber propina da Odebrecht
O ex-presidente peruano Alejandro Toledo foi preso nos Estados Unidos na manhã desta terça-feira (16), segundo informou o Ministério Público do Peru.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos atende um pedido para que Toledo seja extraditado ao seu país de origem, onde foi denunciado por supostamente receber propina milionária da construtora Odebrecht.
O ex-presidente foi levado para se apresentar diante de um juiz na Califórnia e, segundo as autoridades americanas, ficará sob custódia pelo menos até sexta-feira, quando terá nova audiência.
O pedido de extradição foi apresentado pela Embaixada do Peru, em Washington, ao Departamento de Estado em maio do ano passado.
O advogado de Toledo disse a uma rádio em Lima que a defesa tentará demonstrar nos EUA que ele sofre perseguição política em seu país.
O ex-presidente peruano reside na Califórnia desde o fim de seu mandato, e, havia mais de dois anos, era investigado pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro, conspiração e tráfico de influência.
De acordo com as investigações preliminares, Toledo pediu propina de US$ 20 milhões aos representantes da Odebrecht no Peru para dar a eles a concessão para a construção de dois lances da estrada Interoceânica sul.
O dinheiro foi transferido para contas de empresas de seu amigo, Josef Maiman, que por sua vez criou uma empresa com a sogra de Toledo, na Costa Rica, com o objetivo de reenviar várias quantias ao Peru para a aquisição de imóveis.
Além de Toledo, foram investigados pelo caso Odebrecht os ex-presidentes peruanos Alan García (que acabou se suicidando quando seria preso), Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski. Assim como a líder da oposição Keiko Fujimori, presa preventivamente por 36 meses.