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Política

Aleac realiza sessão solene em homenagem ao Dia Estadual das Prerrogativas da Advocacia

Aleac realiza sessão solene em homenagem ao Dia Estadual das Prerrogativas da Advocacia

Na manhã desta quinta-feira (24), a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) promoveu uma sessão solene em comemoração ao Dia Estadual das Prerrogativas da Advocacia. A solenidade é fruto de um requerimento apresentado pelo deputado Eduardo Ribeiro (PSD), em reconhecimento à importância da classe para o fortalecimento da justiça e da democracia.

A lei 4.361/24, de autoria do deputado Eduardo Ribeiro, instituiu o dia 25 de outubro como o Dia das Prerrogativas da Advocacia no Estado. A data foi escolhida por ser o dia do nascimento do advogado criminalista (in memoriam) Armyson Lee Linhares de Carvalho, conhecido por suas intensas defesas da profissão.

Em seu pronunciamento, o parlamentar destacou que as prerrogativas dos advogados são garantias indispensáveis para a defesa plena dos direitos dos cidadãos. “Sem o respeito às prerrogativas, o exercício da advocacia se torna inviável e, consequentemente, o acesso à justiça fica comprometido. Nosso objetivo com essa homenagem é reforçar o papel essencial dos advogados na promoção da justiça e na defesa da legalidade”, afirmou o parlamentar.

A presidente nacional da Comissão de Processo Penal, Dra. Helcinkia Albuquerque, iniciou seu discurso destacando os desafios enfrentados pelas mulheres no exercício da advocacia, enfatizando a desigualdade de tratamento em comparação aos homens. Ela mencionou as dificuldades diárias que advogadas enfrentam no Brasil, principalmente no que diz respeito às suas prerrogativas. “Ser mulher já não é fácil, e ser advogada é ainda mais desafiador. Enfrentamos preconceitos e violações de prerrogativas diariamente, mais do que os homens”, afirmou. A profissional também ressaltou que o respeito às prerrogativas é essencial para a valorização da advocacia, lembrando da importância da legislação para proteger as mulheres advogadas.

O diretor da Escola de Prerrogativas da OAB/Ac, Dr. Thalles Vinícius, ressaltou a importância da Lei 4.361/2024, que institui a data no calendário estadual. Ele mencionou que a criação da norma surgiu durante um encontro nacional de prerrogativas, liderado pela advogada Vanessa Paes, e que o projeto foi trazido à Assembleia Legislativa por meio do deputado Eduardo Ribeiro. “Essa lei tem o DNA e a alma da Vanessa, uma das mulheres que mais trabalhou em prol das prerrogativas da advocacia”, destacou, reconhecendo o esforço de todos os envolvidos.

O advogado também fez um alerta sobre denúncias recentes de pressões a servidores comissionados para votarem em determinada chapa para a presidência da OAB/Ac, pontuando que é um desrespeito às prerrogativas desses profissionais, fato que ele classificou como grave. Segundo ele, essas denúncias transcendem interesses políticos e devem ser rigorosamente investigadas. “Uma das prerrogativas do advogado é ser tratado com dignidade, com independência”, afirmou Thalles, criticando o silêncio de alguns e reafirmando que a advocacia não é uma profissão para covardes. Ele finalizou dizendo que não se omitirá diante de violações tão graves.

O presidente da OAB/Ac, Rodrigo Aiache, fez um discurso emocionado, agradecendo aos colegas e mencionando figuras importantes da advocacia acreana. “Essa causa não é minha nem sua, mas uma causa coletiva que promove as mudanças necessárias em benefício da advocacia”, afirmou, reconhecendo o trabalho incansável de diversos colegas.

Ele também homenageou advogados que deixaram um legado na advocacia criminal e ressaltou a importância das prerrogativas para o exercício pleno da profissão. Rodrigo lembrou que essas garantias são fundamentais para a defesa dos cidadãos e para o respeito aos princípios constitucionais. “As prerrogativas não são um direito nosso, mas sim do cidadão, que muitas vezes precisa de uma defesa livre e independente”, destacou.

O presidente da OAB do Acre também fez um alerta sobre as pressões e interferências que têm ocorrido no processo eleitoral da advocacia acreana. Ele expressou indignação com a falta de respostas das autoridades, destacando que a advocacia do Estado exige uma manifestação clara e imediata. “A advocacia acreana quer que as pessoas saiam do silêncio e se manifestem”, afirmou, reiterando que é inaceitável qualquer tentativa de interferir na liberdade de escolha dos advogados. Ele também ressaltou que, como presidente da Ordem, está comprometido em tomar todas as providências necessárias para garantir que o processo eleitoral ocorra de forma justa e livre.

Em um tom mais enérgico, o presidente enfatizou que a OAB acionará o Conselho Federal, o Ministério Público e todas as autoridades competentes para investigar e punir qualquer desvio ou pressão indevida. Ele reiterou o compromisso de garantir que os advogados possam exercer sua profissão com autonomia e liberdade. “Nós temos o dever de bradar, de gritar nos quatro cantos o que está acontecendo”, disse, finalizando com uma mensagem firme: “Ninguém vai conseguir calar a advocacia acreana.”

Em suas considerações finais, Eduardo Ribeiro enfatizou o simbolismo da defesa da advocacia e das prerrogativas dos advogados e advogadas. “Que o simbolismo desta sessão seja a defesa da advocacia e das prerrogativas dos advogados, para que nunca tenhamos agentes públicos em palanques políticos, gritando contra a OAB”, pontuou o parlamentar.

Ribeiro encerrou o discurso com um apelo à união da advocacia acreana, reforçando que o ódio e os interesses pessoais não podem se sobrepor à justiça. Ele destacou a importância de a classe dar a resposta necessária diante dos desafios que se apresentam. “Viva a advocacia acreana e parabéns a todos”, finalizou, expressando confiança na força e no papel fundamental da advocacia na construção de uma sociedade mais justa.

As prerrogativas dos advogados incluem o direito de exercer sua profissão com autonomia, atuar em defesa de seus clientes sem interferências indevidas e ter acesso aos autos dos processos, entre outros. Esses direitos são fundamentais para garantir um julgamento justo e a proteção dos direitos individuais, sendo pilares para a manutenção do Estado Democrático de Direito.