Alexandre Nascimento foi exonerado nesta quarta-feira (29) após nove meses na presidência do Iapen-AC. Policiais penais acusam o ex-presidente de assédio moral praticado durante uma reunião no presídio feminino de Rio Branco
Após nove meses meses na presidência do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Alexandre Nascimento de Souza foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (29) depois de ser acusado de assédio moral contra policiais penais. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) durante à tarde.
Segundo o governo, a exoneração foi ‘a pedido’ do presidente. O diretor operacional da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), delegado Marcos Frank, assume o cargo interinamente.
Alexandre Nascimento foi acusado de assédio moral por servidoras que trabalham na Unidade Penitenciária Feminina (UPF) do Complexo Penitenciário de Rio Branco. No início, o governo afirmou em nota que confiava na conduta do diretor e iria aguardar ‘algo concreto em relação às alegações’.
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Conforme a Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen-AC), o ex-diretor desrespeitou e foi arbitrário contra integrantes da equipe B do presídio feminino durante uma reunião, sem data nem teor revelado. Em nota, a associação afirmou que a motivação para o encontro teria sido pessoal, onde Nascimento demonstrou descontrole emocional e tentou intimidar as funcionárias.
“Conforme consta nos relatos das policiais penais, o gestor de forma vil e ultrajante, por motivações pessoais e desvinculadas do exercício da função, bradou ameaças às integrantes da equipe, em situação de total descontrole emocional, utilizando do aparato estatal como meio intimidador, afirmando, inclusive, que as mesmas estavam sendo investigadas e que haviam celulares ‘grampeados’”, diz parte da denúncia.
Nomeado em agosto de 2023, Alexandre Nascimento assumiu o comando do Iapen-AC desde que Glauber Feitoza foi exonerado após rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves, em julho do ano passado, que terminou com cinco mortos em Rio Branco.
No último dia 22, a Promotoria de Justiça Especializada de Tutela do Direito Difuso à Segurança Pública do Ministério Público do Acre (MPAC), protocolou a instauração de notícia de fato para apurar a denúncia das servdores contra o ex-presidente.