De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase um bilhão de pessoas, no mundo, vivem com algum transtorno mental, potencialmente agravado pela pandemia de covid-19.
Por isso, com o lema “Olhar para o ser humano além do seu diagnóstico”, o Centro Psicossocial de Rio Branco, o Caps II Samaúma, localizado no bairro Morada do Sol, oferece recursos terapêuticos tradicionais, além de uma gama de atividades como oficinas de música, dança, arteterapia e Práticas Integrativas e Complementares (PICs).
Inaugurado em novembro de 2018, o Caps II Samaúma possui uma equipe formada por médicos, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais de saúde que realizam tratamento clínico e formam grupos terapêuticos tradicionais.
O Centro funciona de segunda a quinta-feira das 7h às 17h. Às sextas-feiras são destinadas aos profissionais do Caps, haja vista que, para cuidarem de transtornos mentais e sofrimento psíquico dos clientes, como são chamadas as pessoas que recebem atendimento do local. A equipe também precisa estar psicologicamente bem, como explica Daniela Matias, gestora do Caps II Samaúma.
“Tiramos esse dia para tratar de nós mesmos, o dia de cuidar de quem cuida. Nós focamos na saúde mental do servidor. Então são realizadas atividades, como também algumas práticas integrativas e atividade física. É importante você estar bem para oferecer melhor qualidade de atendimento aos clientes que vêm em busca do serviço”, esclareceu.
A gestora aproveitou para mostrar a horta criada pelo Grupo de Sociabilidade, mantida pelos clientes que, enquanto cuidam das verduras, trabalham a interação. Além disso, Daniela explicou como funciona a sala “Acolhimento Dia”, voltada aos que chegam na unidade em crise.
“Caso precise ser realizada uma intervenção em crise, existe a sala em que eles podem descansar e passar o dia. Como o Caps funciona o dia todo, oferecemos três refeições: merenda 9h, almoço e merenda às 16h”, disse.
Segundo a psicóloga Marta Leonor, o Centro recebe clientes a partir de 14 anos, onde o primeiro atendimento, chamado de Acolhimento, ocorre de segunda a quinta-feira das 7h às 12h.
“Utilizamos um instrumento e conforme isso vamos avaliando a gravidade, nível de complexidade e o sofrimento do cidadão. E conforme isso, direcionamos nas práticas e atendimentos do Caps”, explicou.
Uma adolescente de 14 anos, foi diagnosticada com depressão e outros transtornos e tronou-se paciente do Centro há um mês. Ela contou o que tem achado do atendimento no local.
“Na minha opinião está sendo muito bom. Eu participo do Grupo Liberdade que é uma roda com várias pessoas onde desabafamos. Está sendo uma boa experiência para mim”, explicou.
A mãe da adolescente disse que traz a filha toda segunda e quinta-feira para o atendimento e que mesmo com tão pouco tempo, já consegue ver a contribuição do Centro na evolução do quadro dela.
“Eu fiquei sabendo através do coordenador da feira, ele falou que existia o Samaúma e eu vim aqui, as pessoas são bem acolhedoras. Ela já deu uma melhorada ao iniciar a terapia, o atendimento é ótimo”, disse.
A psicóloga ainda explicou quais são os transtornos mentais e sofrimentos psíquicos mais recorrentes no Centro.
“A gente acolhe as pessoas que estão em sofrimento grave e persistente como: transtorno de esquizofrenia, delírios e outros tipos de transtornos que temos percebido até devido a pós-pandemia, observamos um aumento do sofrimento psíquico na população”, disse.