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Saúde

No Acre, 63 pessoas morreram de Covid-19 nos primeiros 15 dias de fevereiro

Número é maior se comparado aos últimos seis meses quando as mortes pela doença começaram a reduzir. Perfil das vítima fatais é de idosos e pessoas com comorbidades e que não tomaram todas as doses da vacina contra a Covid-19

Sessenta e três pessoas mortas pela Covid-19. Esse é o número de óbitos pela doença no Acre nos primeiros 15 dias de fevereiro. O número é maior do que o registrado nos últimos seis meses, quando as mortes pela doença começaram a reduzir mensalmente. Em janeiro deste ano foram 20 mortes.

Já em relação aos casos, são o mês de fevereiro registrou 11.482 pessoas infectadas pela doença. O aumento se deve aos casos da nova variante, Ômicron.

Os dados são dos boletins da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre) divulgados diariamente. Nesta terça-feira (15), o boletim trouxe mais oito mortes confirmadas todas em Rio Branco.

As vítimas tinham idade entre 56 a 89 anos e morreram no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), Pronto Socorro de Rio Branco e UPA do Segundo Distrito.

O infectologista Thor Dantas explicou que o indicador de mortes costuma subir um pouco depois do indicador de casos. Em janeiro, por exemplo, o Acre bateu recorde de casos positivos para a doença. O estado registrou um total de 12.876 pessoas infectadas pela Covid, o mês com maior número de casos desde o início da pandemia.

Esse total é quase que 90% maior do que o número registrado em janeiro de 2021, quando foram 6.847 casos. Como era se esperar, segundo o médico, o mês seguinte apresentaria um aumento no número de mortes.

“A onda começa a crescer, começam primeiro os casos e, em um período seguinte, de duas ou três semanas, você começa a ver a subida de óbito. As mortes levam sempre um pouco mais de tempo, o paciente complica, fica internado, é intubado, fica um tempo de UTI e acaba morrendo. Então, tem um tempo posterior ao tempo de casos”, destacou.

Perfil das vítimas fatais

Outro fator que chama atenção é a morte de idosos, que foram um dos primeiros grupos a tomar a vacina contra a Covid-19. Dantas destacou que entre essas vítimas fatais há idosos que não se vacinaram, que tiveram medo ou eram contra a vacina, idosos que não concluíram o esquema vacinal e até mesmo a demora na resposta na imunização.

“Começamos a vacinar no Brasil com a CoronaVac, que foi a primeira vacina que chegou, porque a Pfizer demorou a chegar no país. Muita gente lembrou depois que deveríamos ter começado a vacinar os idosos com a Pfizer porque a resposta dos idosos à CoronaVac é inferior. A CoronaVac tem um desempenho que depende muito do sistema imunológico e os idosos, pela própria idade, têm o sistema imunológico diminuído. A mesma vacina que se dá para um jovem reage produzindo muito mais imunidade do que quando se aplica em um idoso”, explicou.

O médico acrescentou que os idosos passaram a tomar a vacina da Pfizer já na dose de reforço, mas muitos desses públicos não completaram o esquema vacinal. “Muitos acharam que já estavam vacinados, que não precisavam de uma terceira dose ou ficaram com medo. Muitos tomaram só duas doses da CoronaVac. Esse é o perfil que menos responde à vacina, por isso os idosos têm que estar com a vacina em dia”, complementou.

Dantas disse ainda que há entre as vítima fatais também adultos e jovens que têm doenças crônicas. Novamente, ele destaca que algumas dessas pessoas não tomaram todas as doses do imunizante.

Ele relembrou que entre as vítimas do mês de fevereiro está uma criança de 10 anos. A menina deu entrada no Hospital da Criança no dia 31 de janeiro e morreu no dia 2 de fevereiro, em Rio Branco.

“Tivemos inclusive crianças que morreram. Quando a gente fala de vacina as pessoas questionam: ‘Criança não precisa de vacina’. Mas, muitas crianças têm doenças crônicas, têm problemas renais, de anemia falciforme ou outros problemas e estão sob risco grande de complicação pela Covid. O perfil é de pessoas que se vacinaram ou não se vacinaram ou se vacinaram de forma incompleta”, concluiu.

Subida em 2022

Os registros de mortes estavam em queda desde julho do ano passado. Naquele mês foram confirmados 61 óbitos, no mês seguinte 15, em setembro 24, outubro 7, novembro e dezembro apenas 3 mortes em cada mês.

Com a confirmação da chegada da variante Ômicron no estado, tanto o número de casos positivos como o de mortes subiu. Apenas no primeiro mês foram 20 vítimas fatais.

Cidades em bandeira amarela

Após registrar recorde de casos de Covid-19 em 24 horas, o governador Gladson Cameli manteve todas as cidades do Acre em nível de atenção (bandeira amarela) na classificação de risco da pandemia até o dia 28 de fevereiro. O decreto com a medida foi publicado na edição no último dia 1º no DOE.

Desde a última classificação do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, no dia 24 de dezembro do ano passado, as cidades do Acre foram todas colocadas na faixa amarela.

Nessa faixa os setores e atividades comerciais e sociais podem funcionar com lotação de 50% da capacidade de público.