Do total de dias internada, Emilly Issa ficou 20 dias intubada na UTI do Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, mas não resistiu à doença e morreu nessa sexta-feira (17). Ela era de Mâncio Lima e fazia curso técnico de enfermagem
Uma menina boa, cheia de sonhos e planos e que vai deixar muita saudade. É assim que a prima e madrinha da estudante Emilly Issa de Souza Andrade, de 20 anos, a descreve. A jovem, moradora da cidade de Mâncio Lima, no interior do Acre, está entre as mais de 1,3 mil vítimas da Covid-19 no estado.
A policial Angélica Matos, de 37 anos, contou que a afilhada já tinha tido o diagnóstico de Covid no ano passado, mas se tratou em casa e não chegou a ter sintomas mais fortes.
Desta vez, foi diferente, ela ainda ficou em casa uns dias, mas resolveu procurar atendimento na unidade de saúde da cidade e foi logo transferida para o Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul. Quatro dias após dar entrada no hospital, ela precisou ser levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ficou intubada por 20 dias.
A jovem morreu na manhã dessa sexta-feira (16) após sofrer duas paradas cardíacas. A prima contou que os médicos ainda tentaram reanimá-la por 30 minutos, mas ela não resistiu. O corpo de Emilly foi levado de volta para a cidade natal para ser sepultado ainda na sexta.
“Todas as notícias que a gente tinha era de que ela estava melhorando, estava com rim e fígado normal, até a saturação, a única coisa era o pulmão que estava infeccionado. O médico nos disse que ela teve duas paradas cardíacas e não resistiu. Era uma menina sorridente, alegre, cheia de sonhos e planos. Uma menina nova, estava estudando curso técnico de enfermagem e tinha o sonho de trabalhar na área da saúde. Estava trabalhando em uma loja nossa de bijuterias e maquiagem e morava com a mãe, com o pai e um irmão mais novo. Era muito esforçada”, contou a madrinha.
Angélica disse ainda que na última conversa que teve com a prima, ela estava confiante de que ia ficar bem e sair do hospital. Mas, depois ficou sabendo que ela ficou muito nervosa quando soube que precisaria ir para a UTI.
“Nos falamos ainda por mensagem durante os quatro dias que ela ficou na enfermaria, mas depois que foi para UTI não tivemos mais contato. Falei para ela que sairia dessa, em breve estaria com a gente aqui. Nós perdemos nosso avô no ano passado para essa doença e todos nós ficamos bem abalados. Me disseram que ela ficou muito aflita na hora da transferência e até disse que não queria ir de jeito nenhum. Meu avô foi para UTI e não voltou e ela achava a mesma coisa, e foi desesperada. Infelizmente isso aconteceu, ela vai deixar muita saudade”, finalizou.