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Saúde

Criança de 6 anos dá entrada em UPA de Rio Branco com suspeita de varíola dos macacos

Criança de 6 anos dá entrada em UPA de Rio Branco com suspeita de varíola dos macacos

A família relata ter tido contato com um amigo que retornou de São Paulo em evento religioso no município de Rio Branco. Caso foi divulgado nesta sexta-feira (5)

A Saúde está investigando o caso de uma criança de 6 anos que está com suspeita de estar com o vírus monkeypox, causador da doença conhecida popularmente como varíola dos macacos. Segundo a Secretaria de Saúde do Acre, a criança deu entrada na UPA da Sobral no início da noite de quinta-feira (4), apresentando erupções cutâneas na planta do pé esquerdo e lesão vesicular dolorosa.

A família relata ter tido contato com um amigo que retornou de São Paulo em evento religioso no município de Rio Branco e segue em isolamento domiciliar. A Sesacre destacou que o Acre não tem relatos de contatos sintomáticos.

O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde da Regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira (Cievs) do estado e municipal seguem com busca, acompanhamento e investigação dos contactantes.

O estado do Acre segue com um caso positivo em Rio Branco, que já está de alta médica, e três casos suspeitos aguardando resultado, um em Cruzeiro do Sul e dois em Rio Branco.

Casos

No último dia 8, em nota, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que dois dos três casos de imigrantes venezuelanos suspeitos para Monkeypox foram descartados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde da Regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira (Cievs). O exame da criança, que é o filho do casal, seguem em análise.

No dia 29 de julho, uma família venezuelana procurou a UPA da Sobral, em Rio Branco com suspeita de varíola dos macacos. O pai, de 21 anos, a mãe, de 27, chegaram na unidade de saúde com o filho de 3 anos relatando que estavam com sintomas característicos da doença.

No dia 25 de julho, o primeiro caso da doença foi confirmado no estado acreano. O resultado de dois exames de casos suspeitos, que ainda estavam em investigação, chegaram da Fundação Ezequiel Dias em Minas Gerais na segunda e deles deu positivo.

O paciente, de 27 anos, viajou para o exterior, e em seu retorno apresentou febre, cansaço físico e pápulas espalhadas pelos braços e abdômen, sendo notificado no último dia 11, pela Unimed. Seu quadro está evoluindo bem, com poucos sintomas, sendo acompanhado pela Secretaria de Saúde de Rio Branco e pela Vigilância Epidemiológica do Estado. Ele foi a quinta notificação, registrada em 12 de julho.

Pacientes

No dia 14 de junho, a Sesacre confirmou que investigava o primeiro caso da doença no estado. O paciente era um homem de 30 anos, que deu entrada em uma unidade de saúde e apresentou sintomas leves. Porém, no dia 6 de julho, foi confirmado que as amostras dele, que estava em investigação, em laboratório em Minas Gerais, deram negativo para a doença.

No final de junho, a Secretaria Municipal de Saúde de Cruzeiro do Sul confirmou que investigava dois casos. A secretária de Saúde da cidade, Valéria Lima, explicou que se tratava de duas mulheres que não viajaram e nem tiveram contato próximo com pessoas que estiveram no exterior. Porém, por questão de protocolo, foi necessário coletar as amostras, que também deram negativo.

No mesmo dia em que descartou o primeiro caso, a saúde anunciou que mais um estava em investigação, que era um paciente de Boca do Acre no Amazonas. Também com resultado negativo.

Já no dia 12 de julho, foi informada a quinta notificação. O paciente é um homem jovem, que deu entrada em um hospital da rede privada de Rio Branco apresentando febre, cansaço físico, lesões na pele e bolhas espalhadas pelos braços, abdômen e pescoço. O rapaz confirmou ter viajado ao exterior. Este foi o caso confirmado da doença.

No dia 13 de julho, também houve mais uma notificação em Cruzeiro do Sul. O paciente, de acordo com as informações da Sesacre, trabalha em um comércio em área indígena no município de Feijó, e relatou que teve contato com pessoas de outros países há três meses e outras cinco pessoas do estado de Minas Gerais, mas não teve contato físico direto com eles.

Os sintomas apresentados foram bolhas, febre de alta, dor de cabeça, fraqueza, e aumento dos linfonodos do pescoço no primeiro dia de sintomas. Ele estava em isolamento domiciliar desde que apareceram os sintomas e o resultado deu negativo.

Macaco não é transmissor

Apesar do nome da doença, o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde do estado, Gabriel Mesquita, destaca que a doença não tem ligação com o macaco e que é considerada leve. Ele faz o alerta para que as pessoas não venham fazer algum tipo de mal ao animal.

“Na verdade, foi consenso para definição do nome para Monkeypox justamente pelos macacos não terem envolvimento nesse processo de transmissão e para evitar que as pessoas façam esse mal com o macaco. Eles não são reservatórios da doença, não fazem essa transmissão direta, então, por isso, que decidiu-se pela comunidade científica que o nome seria Monkeypox para evitar esse estigma aos animais que não tem nada a ver”, pontua.

Ele destaca ainda que a transmissão da doença é feita de forma bem direta, com contato muito próximo.

“É uma doença de transmissão baixa, lenta, e é preciso ter um contato muito próximo, toque na pele, com secreção que sai das fístulas, secreções orais, então é uma doença que pode ser facilmente evitada com uso de máscara, evitar estar muito próximo a pessoas que estiveram em região que está tendo essa circulação de casos”, orienta.

Sintomas e transmissão

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.

O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés”, completa Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.