Pesquisa mostra que a Alpha e a Gamma perderam espaço no país
A variante Delta já responde por 94,8% dos novos casos do coronavírus Sars-CoV-2 na Itália, uma alta de mais de 70 pontos em relação ao fim de junho, quando esse índice era de 22,7%.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Superior da Saúde (ISS), que conduz um monitoramento genômico constante para estimar a difusão das variantes do novo coronavírus no país.
A variante Delta foi detectada pela primeira vez na Índia e é mais infecciosa do que o Sars-CoV-2 original, mas sua capacidade de fugir da imunidade propiciada pelas vacinas ainda é tema de debate.
O estudo do ISS se baseia no sequenciamento genético de cerca de mil amostras do vírus coletadas de pacientes que testaram positivo em 20 de julho.
A variante Delta (B.1.617.2) tem prevalência de 94,8% em âmbito nacional, mas chega a 100% em diversas regiões do país, como Basilicata, Ligúria, Molise, Sardenha, Toscana, Úmbria e Vale de Aosta.
Já a variante Alpha (B.1.1.7), que era predominante até junho, agora responde por apenas 3,2% dos casos, enquanto a Gamma (P.1), surgida no Brasil, tem índice de 1,4%, cerca de 10 pontos a menos na comparação com o mês passado. O pico dessa variante é registrado na Calábria, com 16,7%.
“A rápida difusão da variante Delta, já predominante, é um dado esperado e coerente com os números europeus, e deve ser monitorada com grande atenção. É fundamental completar o ciclo de vacinação o quanto antes, já que isso garante mais proteção”, afirmou o presidente do ISS, Silvio Brusaferro.
De acordo com o instituto, a variante Delta é de 40% a 60% mais transmissível em relação à Alpha e está associada “a um risco relativamente mais alto de infecção em sujeitos não vacinados ou parcialmente vacinados”.
Até o momento, cerca de 63% da população italiana está ao menos parcialmente vacinada contra a Covid-19, enquanto 51% das pessoas terminaram o ciclo de imunização.
No entanto, o ritmo de aplicação das primeiras doses vem caindo nas últimas semanas, a ponto de o governo ter anunciado que exigirá um certificado de vacinação, cura ou teste negativo para acesso a determinados locais, como cinemas, academias, congressos e áreas cobertas de bares e restaurantes, a partir de 6 de agosto.
A Itália registou na última quinta-feira (29) seu maior número de casos de Covid (6.171) desde 15 de maio, mas a média diária de mortes permanece abaixo de 20 há quase um mês.