Apenas nos primeiros dias de janeiro de deste ano, o Acre registrou 1.866 casos novos de Covid-19, enquanto dezembro encerrou com 171. Governo também manteve todas as regionais na bandeira amarela
Durante uma coletiva de apresentação do cenário epidemiológico do Acre, o governador Gladson Cameli disse que vai decretar situação de emergência devido ao aumento dos casos de Covid-19, no início do mês de janeiro.
Além disso, o governador junto com a secretária de Saúde, Paula Mariano, alertaram para a importância da vacinação como medida de proteção contra a doença e mantiveram todo estado na bandeira amarela. O Acre está na faixa de atenção desde o dia 24 de dezembro do ano passado, conforme nota divulgada pelo Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19.
“Fizemos um trabalho de conscientizar a população sobre a importância da vacina para evitar momentos como este. Não sou cientista, mas sei que não podemos aqui mudar o foco se não for de uma vez por todas unirmos força para vencer essa situação. Determinei à doutora Paula que usasse toda a estrutura do estado para que nós possamos juntos, mais uma vez, fazer o que a ciência determina. Eu não vou contra a ciência, vou proteger a vida das pessoas e fazer o que tiver fazer”, disse o governador.
Ao todo, nos primeiros dias de janeiro deste ano, o Acre contabiliza 1.866 casos de Covid-19, conforme dados do boletim diário divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), um salto significativo comparado a dezembro do ano passado que fechou com 171 casos novos.
“Espero não ter que tomar medidas iguais as passadas que tomamos. Não estou preocupado com eleição. Minha preocupação é com o próximo. Preciso do apoio da sociedade, nos ajude a orientar as pessoas, a convencer aquele que ainda não está convencido que a vacina vai proteger a vida dele. Meu filho tem 8 anos e quando chegar a hora dele, vai tomar a vacina. Agora, é hora de deixarmos algumas prioridades e cuidar da própria vida. Só da minha equipe de segurança baixaram cinco. Então, não é brincadeira. Vamos manter na faixa amarela. Vamos focar nas pessoas em proteger a vida das pessoas.”
O governador relembrou que os hospitais de campanha do estado que foram construídos são permanentes e estão aptos a aumentar o número de leitos. E tornou a pedir que quem não tomou a vacina que procurem as unidades de saúde.
“Aos pais que já tomaram a vacina, não deixem de vacinar seus filhos, vamos buscar mais vacina. Acredito que quem tomou os sintomas são menores. Mandei fazer um estudo e vou me antecipar e vou mandar decretar emergência para que a gente possa rever alguns recursos para os servidores da saúde. Espero que não venham outras categorias querer auxílio numa hora que não é pra ter. Vocês sabem que nossos hospitais de campanha não foram provisórios, estão prontos para aumentar o número de leitos. Nos próximos dias quero inaugurar a outra parte do PS que vai aumentar o número de leitos”, acrescentou.
Pico
A secretária de saúde, Paula Mariano, disse que a pico desta terceira onda deve ocorrer no mês de fevereiro.
“A segunda quinzena de fevereiro é quando a gente espera o maior número, pelo tempo de início desses novos casos aparecerem, então é quando esperamos o pior cenário. Por isso, é importante a gente falar da dose de reforço. É o que a gente conta para evitar o cenário”, pontuou.
Paula ressaltou que nas últimas 24 horas foram feitos mais de 400 atendimentos apenas no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Acre (Into-AC) e desse total, apenas 16 ocupavam enfermarias e outros cinco internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que é considerado um número baixo, e deve ser relacionado a vacina.
“Se a gente olhar o cenário, pelo número de casos falando só do Into, fora das unidades privadas e do município que ainda não recebi o consolidado, o número de internação não está tão alto pelo quantitativo que está sendo atingido. Quem está na UTI, não está com esquema completo e dois ou três com nenhuma vacina”, pontuou.
A secretária disse que devido aos profissionais que estão sendo afastados por testar positivo, novas contrações estão em andamento para garantir o atendimento à população.
“Graças a Deus, a gente tem tido baixa de profissionais, mas é com sintomas leves. E se for avaliar estes sintomas leves, esse tempo de afastamento são sete dias. A gente está fazendo uma estratégia de contratação, são contratos provisórios porque a gente sabe da importância do atendimento e não podemos deixar a população desassistida”, pontuou.