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Saúde

Bebê que nasceu com coluna vertebral aberta e nervos expostos passa por cirurgia em hospital no interior do Acre

Bebê que nasceu com coluna vertebral aberta e nervos expostos passa por cirurgia em hospital no interior do Acre

Procedimento foi feito no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, na manhã desta sexta-feira (24). Bebê nasceu com mielomeningocele, doença também chamada de ‘espinha bífida aberta’, defeito na formação da coluna

Com um dia de nascido, um bebê precisou passar por uma cirurgia de emergência no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, nesta sexta-feira (24) para corrigir um defeito na coluna vertebral. A criança nasceu com mielomeningocele, doença também chamada de espinha bífida aberta, defeito na formação da coluna que acontece nas primeiras semanas de gestação.

O procedimento durou mais de duas horas e foi bem sucedido. O bebê, um menino que nasceu nessa quinta (23) com 3,6 quilos e 49 centímetros, está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em processo de recuperação.

“É uma doença do desenvolvimento da criança dentro do útero. Por conta, geralmente, da ausência de uma vitamina, a coluna não é toda fechada, uma parte fica aberta e cria um cisto. A criança nasceu com essa parte da coluna aberta e com os nervos para fora”, explicou o neurocirurgião Luan Messias, que fez parte da equipe que participou do procedimento.

O profissional acrescentou que os nervos que estavam expostos são responsáveis pelos movimentos das pernas e também por fazer as pessoas urinarem e defecarem. Além disso, devido à abertura na coluna, há grandes riscos de o paciente adquirir meningite e até outras doenças.

“O procedimento é, basicamente, em fechar. Fechamos a parte dos nervos, coloca para dentro e fecha, e depois faz um retalho na pele para fechar porque a pele tem um espaço diminuído que não foi formado. Fazemos uma plástica da pele para fechar também”, complementou.

Cirurgia

Esse foi o primeiro procedimento em coluna aberta em Cruzeiro do Sul, conforme a Saúde do Estado. Já foram registrados outros casos no estado, mas a cirurgia era feita na capital Rio Branco. “A criança ia ter que ir para Rio Branco, isso é uma urgência e ia ter que esperar, entre quatro a cinco dias, para fazer. É toda uma dificuldade. Havia o risco muito grande de meningite e perder a força das pernas, ficar paraplégica”, destacou.

Messias garantiu que a cirurgia foi um sucesso e, caso não haja complicações no pós-operatório, o bebê deve ser liberado pela equipe de neurocirurgiões dentro de três a cinco dias. “A criança saiu bem, sem nenhuma sequela. Agora a gente fica acompanhando durante alguns dias para, justamente, ainda haver o risco de infecção porque nasceu aberto. Vamos acompanhando por cerca de três a cinco dias e ver também a possibilidade dela ter algum acúmulo de água na cabeça, que é comum nessa doença”, concluiu.