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Polícia

Vereadora é ouvida em operação da PF que investiga retenção de cartões e benefícios de indígenas no AC

Operação Totomide foi deflagrada na segunda-feira (28) na cidade de Feijó. Além dos três que teriam sido presos em flagrante, um homem foi preso por mandado de prisão preventiva

A vereadora Aurelinda Portela (PP), a filha dela e o marido estão entre os alvos da Operação “Totomide”, deflagrada na última segunda-feira (28), pela Polícia Federal na cidade de Feijó, interior do Acre.

Os três teriam sido presos em flagrante. Além deles, um homem foi preso por mandado de prisão preventiva suspeito de reter cartões e benefícios previdenciários de indígenas das etnias Kulina, das aldeias da região do Alto Envira, no interior do Acre.

O G1 tentou contato com a vereadora Aurelinda, mas não obteve resposta até última atualização desta reportagem.

Inicialmente, a PF informou apenas a prisão por mandado e que tinham sido cumpridos outros dois de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, subseção judiciária de Cruzeiro do Sul. Nesta quinta-feira (1), sem citar nomes, a polícia confirmou a prisão em flagrante de três pessoas na ação.

A presidente da Câmara de vereadores de Feijó, Derlandia de Souza Lima (PSB), disse que recebeu a informação de que a vereadora tinha sido conduzida, junto com a filha e o marido, para a delegacia da Polícia Federal em Cruzeiro do Sul para prestar esclarecimento na operação. Ela afirmou que a vereadora já voltou para a cidade e que não tem a confirmação se ela chegou a ser presa.

vereadora webVereadora Aurelinda Portela, de Feijó, é alvo de operação da PF contra retenção de cartões e benefícios de indígenas — Foto: Arquivo pessoal

Operação

Conforme a Polícia Federal, os investigados devem responder pelos crimes de apropriação indébita, furto mediante fraude e pelo crime previsto no Estatuto do Idoso, que trata sobre a retenção de cartões de idosos para assegurar pagamento de dívida.

A investigação iniciou em novembro de 2020 e conta com 14 policiais federais. Ainda segundo a PF, o objetivo é reprimir esses crimes que se repetem há anos em razão da vulnerabilidade dos indígenas da etnia Kulina.

Essa não é a primeira vez que a PF tem como alvo pessoas que tentam se beneficiar de indígenas no interior do Acre com a retenção de cartões. Em março deste ano, a polícia deflagrou a Operação “Huni Kuin” e também prendeu um homem na época.

O nome da operação significa “sanguessuga” no dialeto Kulina, falado pelo povo indígena Madijá, fazendo referência aos comerciantes, denominados de patrões pelos indígenas, que se apropriam dos cartões e benefícios previdenciários destes povos.

A PF destacou que todos os cuidados foram tomados para segurança dos envolvidos por conta da pandemia da Covid-19.