Irmão da vítima disse que justiça tem que ser feita com relação ao atropelamento de Eliandra Silva de Lima, que morreu após ser atingida por uma caminhonete na BR-317 no último sábado (15). Na ocasião, condutor fugiu do local
Uma semana após a morte da estudante Eliandra Silva de Lima, de 25 anos, que foi atingida por uma caminhonete na BR-317 em Senador Guiomard, interior do Acre, familiares e amigos da vítima realizaram um protesto com o intuito de cobrar respostas das autoridades acerca da situação.
A manifestação, que bloqueou a circulação de veículos na rodovia na tarde do último sábado (22), ocorreu no mesmo local onde Eliandra morreu. Cartazes com as frases “foi crime, não foi acidente, queremos justiça” foram expostas. A Polícia Federal (PF-AC) esteve no local para manter a organização do protesto e dar as devidas orientações.
O irmão da vítima, Emerson Silva, contou ao g1 que a manifestação ocorreu de forma pacífica e disse que a justiça não está tratando a gravidade da situação como deveria.
“O protesto que fizemos é em busca de resposta das autoridades. Até o momento, nem a caminhonete dele foi apreendida, algumas pessoas passaram a informação de que ele está abastecendo outra caminhonete nova. A vida dele segue normalmente, parece que para ele, nada aconteceu. As autoridades até agora não deram nenhuma resposta. A gente já falou, sabemos quem é o dono da caminhonete que foi o mesmo que cometeu o homicídio e até agora nada. As autoridades não tem mandado de prisão expedido contra ele, nem a caminhonete que ele bateu foi apreendida, não tem resposta do laudo da perícia da PRF, não tem nada. A gente está protestando querendo justiça”, disse.
A mãe de Eliandra também comenta sobre a dor de ter perdido a filha.
“A gente está pedindo justiça. Pedimos porque ele estava bêbado, dirigindo. Ele tirou a vida de Eliandra e por isso que a gente pede justiça porque ela se foi e deixou todos nós com muita dor no coração”, falou Naiva Freire da Silva.
O g1 tentou contato com familiares de Emerson Luiz Moretto, de 47 anos, para saber se irão se posicionar acerca da situação, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Ela sonhava em ser agrônoma
A família de Eliandra chegou a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Flagrante (Defla), na última segunda (17), contra Emerson, que é o dono da caminhonete.
Segundo o irmão, a estudante relatava que tinha medo de dirigir na rodovia em que acabou morta. Ela foi atropelada quando estava voltando para casa após o expediente. O motorista do veículo não prestou assistência e fugiu do local. Testemunhas relataram aos familiares da vítima que reconheceram Moretto no local logo após a batida. A família também recebeu fotos que mostram garrafas de bebidas alcoólicas dentro do veículo.
Eliandra era a filha caçula de quatro irmãos e a única que ainda morava com a mãe e o padrasto, na Vila Pia, zona rural de Senador Guiomard. Era também quem cuidava dos familiares antes de ir para o trabalho. Todos os dias, Eliandra percorria 19 quilômetros de moto para chegar ao serviço em uma fazenda próximo à Vila Caquetá.
Estudante do curso técnico em Zootecnia do Instituto Federal do Acre (Ifac), Eliandra adorava agropecuária e registrava a paixão em suas redes sociais. Emerson Silva revelou que a irmã estava na fila de espera do curso de agronomia da Universidade Federal do Acre (Ufac) e tinha o sonho de se formar na área.