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Polícia

Trio acusado de matar jovem e mandar vídeo de tortura para mãe dele vai a júri popular no AC

Decisão de pronúncia foi publicada no domingo (31) e julgamento ainda deve ser marcado. Trio deve responder pelos crimes de homicídio qualificado, tortura, ocultação de cadáver e fraude processual. Mulher que também tinha sido denunciada não foi pronunciada pela Justiça e, portanto, não deve ir a júri

Três homens acusados de participação na morte do jovem Ilgner Cardoso Dantas, de 23 anos, em novembro de 2018, vão a júri popular, em Rio Branco. A decisão de pronúncia, assinada pelo juiz Clovis Lodi, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, foi publicada no último domingo (31).

O jovem foi achado morto três dias após ter desaparecido. Ele foi enterrado em uma área de mata no bairro Jardim Europa, em Rio Branco. Na época, uma tia do rapaz, que não quis se identificar, contou que o corpo foi encontrado pelos próprios familiares após uma denúncia anônima e depois eles acionaram a polícia.

O trio deve responder pelos crimes de homicídio qualificado, tortura, ocultação de cadáver e fraude processual. Na decisão de pronúncia, o juiz determinou ainda que eles devem permanecer presos até o julgamento, que ainda não foi marcado.

O G1 entrou em contato com o advogado dos três réus, Romano Gouveia, para saber se vai recorrer da decisão, mas não obteve resposta até última atualização desta reportagem.

“Os réus responderam a todo o processo preso e neste momento não vislumbro elementos novos capazes de autorizar a concessão de sua liberdade, visto que ainda se encontra presente a necessidade de garantia da ordem pública, como forma de inibir a prática de outros delitos, haja vista que em consulta ao SAJ constatei que os denunciados são voltados à prática de crimes e estão respondendo por vários outros processos, bem como pelo fato dos acusados possuírem envolvimento com facção criminosa e na venda e consumo de entorpecentes, conforme próprio depoimento dos réus Janisson e Kaleal”, pontuou o juiz.

Ainda na decisão, o magistrado impronunciou Gabriela Morares Correia, que também tinha sido denunciada pelo Ministério Público como suposta participante do crime. Portanto, ela não deve ir a júri popular.

Vídeo de tortura enviado à mãe

A mãe da vítima, a dona de casa Ana Paula chegou a divulgar um vídeo nas redes sociais pedindo que entregassem o corpo do filho.

Muito abalada e chorando, a mulher relatou na gravação que recebeu um vídeo do filho sendo interrogado por uma facção e fotos que mostravam que ele tinha sido torturado.

“Ele não era mal, nunca matou, nunca roubou, era um usuário de drogas. Eu não desejo mal a vocês, só peço que me deem o corpinho dele para eu sepultar. Vocês não sabem a dor que eu estou sentindo”, disse enquanto chorava no vídeo.

Depois que o corpo da vítima foi encontrado, a tia da vítima disse ao G1 que a mãe não tinha condições de falar e estava em estado de choque. “O que esperamos agora é que o caso seja investigado e que seja feita a Justiça”, pediu.