De acordo com a polícia, homem estava escondido em uma residência que abriga membros de uma facção criminosa. No local, agentes encontraram roupas semelhantes às identificadas por testemunhas do crime, uma arma de fogo e munições
O suspeito de matar o comerciante Vicente Lima de Aguiar, de 60 anos, na manhã dessa quarta-feira (10) em Rio Branco, foi preso pela Polícia Civil nesta quinta-feira (11). O homem, que não teve a identidade divulgada, estava escondido em uma residência que abriga membros de uma facção criminosa em uma rua próxima ao local do crime.
No espaço, os agentes encontraram roupas semelhantes às identificadas por testemunhas do crime, além de uma arma de fogo, com 33 munições intactas e outras deflagradas, possivelmente utilizadas no crime, e uma bicicleta. O homem foi reconhecido por testemunhas, segundo a polícia.
Ao g1, o delegado Alcino Souza, responsável pelo caso, informou que o suspeito já foi ouvido e encaminhado para custódia. Após a prisão, o suspeito foi encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para a lavratura do auto de prisão em flagrante.
“Precisamos aprofundar [as linhas de investigação]. Em linhas gerais, a vítima pode ter sido acusada de passar informações”, acrescentou o delegado.
Crime
Aguiar foi assassinado a tiros dentro da lanchonete dele na Rua Baguari, bairro Taquari, em Rio Branco. Segundo a polícia, o crime ocorreu depois de um suposto cliente chegar ao local e um pedir um salgado para a vítima.
Ao ser virar para pegar o alimento, o criminoso, que estava do outro lado do balcão, sacou um revólver e atirou pelo menos três vezes contra Vicente Aguiar. O homem morreu antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O g1 conversou com uma das filhas do idoso, que pediu para não ter o nome divulgado, e foi informado que o comerciante estava com a mulher em casa, na parte de cima da lanchonete, quando o suspeito chegou e gritou por ele.
“Estão espalhando várias fake news. Falaram que minha avó passou informações [a outros veículos de comunicação], sendo que ela já morreu há muitos anos. Não temos ideia do que aconteceu. Ele era trabalhador”, confirmou a jovem.
A mulher lamentou ainda a circulação de informações falsas sobre a vida do comerciante. E acredita que os rumores se devam a um relacionamento amoroso que uma das irmãs dela teve anos antes com Marcos Cunha Lindoso, mais conhecido por Dragão, um dos cinco assassinados durante a rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em julho do ano passado.
Dragão era considerado um dos maiores chefes de uma facção criminosa com atuação no estado e foi preso em São Paulo em 2018. Ele chegou a ser resgatado quando participava de uma feira de artesanato no Centro de Rio Branco, durante atividade externa. Ele tinha condenação por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa.
Segundo a jovem, entretanto, o relacionamento entre a irmã e Marcos Cunha terminou há muitos anos e a família não tem envolvimento com facções criminosas.
“Ele foi sogro há muito tempo, ninguém tinha contato com ele [com Marcos Cunha]. Meu pai não tinha envolvimento com isso [com facções], tinha epilepsia, passou por uma cirurgia recentemente, era cardíaco. Meu pai não tinha envolvimento com facção, a gente não tem nada com isso”, afirmou.
O g1 também entrou em contato com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o delegado Alcino Souza disse que estava em diligência para prender o criminoso.