Mulher fez alguns exames em Rio Branco, capital acreana, e deve voltar para o estado paranaense nesta terça-feira (7). Polícia Civil e equipes do MP-AC, Corpo de Bombeiros e Funai resgataram vítima na última sexta (3) na Aldeia Grota, em Feijó
A Polícia Civil divulgou, nesta segunda-feira (6), que a servidora pública do Paraná (PR) mantida em cárcere privado e agredida na Aldeia Grota, zona rural de Feijó, interior do Acre, dever voltar para casa no estado paranaense nesta terça (7). O suspeito dos crimes é um cacique de 50 anos da aldeia, com quem ela tinha um relacionamento há mais de um ano.
Ele foi preso na última sexta (3) por lesão corporal, cárcere privado e maus-tratos na terra indígena. A aldeia fica a uma distância de quatro horas de barco da zona urbana de Feijó.
A prisão foi acompanhada por equipes do Ministério Pública do Estado, Corpo de Bombeiros e pelo chefe substituto da Coordenação Técnica Local (CTL) da Fundação do Índio (Funai) do município, José Augusto Brandão.
O delegado responsável pelo caso, Railson Ferreira, informou que a vítima passou por alguns exames e deve voltar para o Paraná nesta terça (7). A mulher passou por avaliações médicas e psicológicas também.
“O cacique preso foi encaminhado ao Presídio Moacir Prado, na cidade de Tarauacá. A investigação ainda está em curso, produziremos outras provas e encaminharemos o inquérito policial à autoridade judiciária”, resumiu.
Denúncia de maus-tratos
Segundo as investigações, a mulher tem 42 anos e morava há cerca de um ano com o indígena na aldeia. Ela é servidora pública do Tribunal Regional Trabalho (TRT), veio para o Acre há mais de um ano, se envolveu com o suspeito e acabou ficando no estado acreano.
Ainda segundo as investigações, a vítima sofria agressões físicas e psicológicas praticadas pelo indígena desde o início do relacionamento. Em 2021, a Polícia Civil já tinha recebido denúncias do crime, uma equipe foi até a aldeia, mas o homem não foi preso por falta de provas.
“É muita coisa, ela está toda lesionada, essas agressões não são de hoje, eu estive ano passado lá só que a gente não conseguiu perceber o crime porque ela era outra pessoa. Era saudável e agora está muito debilitada, muito magra com o rosto lesionado”, acrescentou.
Ferreira falou também que a vítima foi proibida pelo indígena de ter acesso ao aparelho celular, internet e outros meios de comunicação. “Há vários relatos das agressões, mas não consegui configurar porque ela não conta a verdade”, disse na última sexta.
Ele passou por audiência de custódia ainda na sexta e uma juíza manteve a prisão preventiva do indígena.