Gildacio de Lima Felício sumiu no dia 31 de janeiro dentro do Igarapé São Francisco, no bairro Raimundo Melo, em Rio Branco
“Meu coração diz que ele está no fundo do igarapé”. As palavras são de Anna Alice de Lima, mãe do jovem Gildacio de Lima Felício, de 22 anos, que foi visto pela última vez dia 31 de janeiro dentro do Igarapé São Francisco, em Rio Branco.
Moradores do bairro Raimundo Melo contaram, na época do sumiço, que viram o rapaz pedindo ajuda dentro do igarapé. Ao sentir falta de Felício, os familiares iniciaram buscas no local pelo rapaz, além de registrar um boletim de ocorrências na Delegacia de Flagrantes (Defla). A família espalhou cartazes com a foto do rapaz e o contato de parentes.
O Corpo de Bombeiros do Acre também foi acionado e chegou a fazer buscas por Felício, mas suspendeu os trabalhos por não haver confirmação de afogamento e nem o local exato do sumiço.
Há mais de um mês sem notícias do filho, Ana Alice desabafou. “Queria que alguém me ajudasse porque a família não tem experiência de nada. Estava pensando em ir atrás do Corpo de Bombeiros para ver se entrariam na mata porque não sabemos de nada. Não pode uma pessoa sumir e nenhuma autoridade fazer nada”, disse.
Após a suspensão das buscas pelos bombeiros, Ana Alice revelou que a família alugou um barco e saiu pelo igarapé procurando pelo jovem. Houve relatos de moradores de mau cheiro próximo de uma mata, mas a família não conseguiu achar nada.
“A família continuou por conta própria. Até que tive a ideia de colocar gasolina em um barco e ir procurar durante umas duas semanas seguidas e não achamos. Entramos na mata e algumas pessoas disseram que sentiram um odor forte na mata, que é de difícil acesso. Estamos esperando parar de chover para ir atrás. Mas, outras notícias e relatos não temos”, relatou.
A Polícia Civil confirmou que as investigações do caso são feitas pela Delegacia da 5ª Regional.
Buscas
Mãe de duas meninas, Ana Alice disse que Felício era o único filho, que ele nunca se afastou da família e sempre dava notícias. Ela diz que não vai descansar até saber do paradeiro do filho.
“Sou mãe e nunca vou esquecer o sumiço do meu filho. Não sei o que de fato aconteceu, algumas testemunhas que tenho é um casal de senhores e dois rapazes que moram às margens do igarapé e viram. Os bombeiros fizeram buscas e não acharam, não sei mais o que fazer. Meu filho era muito família; ele não está por aí, está morto. Como realmente foi não sei dizer”, lamentou.
Ela acrescentou que, além da Defla, foi na Delegacia da 4ª Regional de Polícia Civil, no bairro Tucumã. Porém, a mulher afirmou que não foi bem recebida.
“Trataram a gente mal, a mulher mandou desistir que ele ia aparecer. Achei um absurdo, porque meu filho tinha uma rotina e o máximo que passava sem falar comigo era quatro horas. Tudo que fazia postava no whats, me chamava. Então, quando uma pessoa tem uma rotina e some assim fica difícil a família aceitar que só sumiu e ninguém vai atrás”, criticou.