Em frente à nova Base Integrada de Segurança Pública, na manhã desta sexta-feira, 31, um total de 25 detentos do sistema penitenciário foram levados para uma verdadeira força-tarefa no Conjunto Habitacional Cidade do Povo. A ordem foi a limpeza das áreas de mata que servem como esconderijos e pintura de locais pichados com frases ou citações de organizações criminosas.
A medida faz parte do conjunto de ações e intervenções que vêm sendo realizadas pelo governo, através da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp), com o fim de combater o crime e proporcionar aos moradores daquela região maior tranquilidade e sensação de segurança.
“Nós fizemos uma leitura do ambiente e um dos fatores que influenciam a prática de crimes aqui na Cidade do Povo é a facilidade que os infratores têm de se esconderem, esconder armas, drogas entre outros objetos ilícitos. O ambiente tem muitos espaços não habitados com matagais que acabam favorecendo essa prática então, solicitamos a mão de obra de reeducandos do sistema penitenciário e trouxemos para a realização de roçagem e pintura de locais que porventura tenham sido pichados com citações criminosas”, explicou o secretário Paulo Cézar Rocha dos Santos.
A ideia, ainda segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ulysses Araújo, favorece o trabalho da Polícia Militar que é quem tem responsabilidade sobre o patrulhamento e ações de combate ao crime na região, ampliando o campo de visibilidade do espaço público e abrindo caminhos em caso de busca por criminosos.
“Nós queremos pacificar essa área e implantamos aqui uma série de medidas, entre elas barreiras nas principais entradas de acesso ao bairro, inauguramos aqui a base integrada das polícias e, hoje, estamos acompanhando o serviço de presos que estão limpando as áreas de mata que muitas das vezes servem como abrigo para criminosos. Liberando esses espaços poderemos trabalhar melhor e ainda traz à população daqui uma sensação de segurança uma vez que eles também podem ter uma visão melhor do ambiente”, disse o coronel.
Os 25 detentos que ajudam no serviço de limpeza no conjunto habitacional fazem parte do projeto de ressocialização implantado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), e estavam sob a supervisão de Policiais Penais e do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O projeto prevê o resgate da autoestima e dignidade dos apenados lhes dando a oportunidade de receberem cursos profissionalizantes e realizarem trabalhos para o Estado, o que lhes favorece com redução de pena e ainda a chance de saírem preparados para atuarem no mercado de trabalho.
“São detentos que são do regime fechado, não participam de organização criminosa e passaram por um processo de seleção para poderem ganhar a oportunidade de prestarem seus serviços em ações do estado. Estamos com esse trabalho a pelo menos dois anos e até o momento tem dado muito certo. Hoje nós trouxemos eles com a missão de fazerem roçagem da área urbanística do ambiente, tirar pichações com referência a facções e deixar o espaço limpo sem tempo para terminar”, finalizou a gerente de trabalho do Instituto de Administração.