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Polícia

Rebelião em presídio no Acre encerra após mais de 24 horas de negociação; 5 mortes são confirmadas

Rebelião em presídio no Acre encerra após mais de 24 horas de negociação; 5 mortes são confirmadas

Foram mais de 24 horas de negociação e rebelião terminou nesta quinta-feira (27). Bope está no presídio

A rebelião no presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves , em Rio Branco, que se arrastou por mais de 24 horas, acabou por volta das 10h na manhã desta quinta-feira (27). O policial penal que estava sendo mantido refém pelo grupo criminoso foi liberado e encaminhado ao pronto-socorro de Rio Branco.

A informação da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) é de que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) já está dentro do presídio.

“Confirmamos a informação de que houve cinco mortes e que a polícia técnica e judiciária já estão no local para fazer o processo de identificação dos corpos. Os delegados Lucas Pereira Santos e Leonardo Santa Bárbara da Polícia Civil irão fazer oitivas dos agentes e testemunhas no presídio. Outros três promotores de justiça, Bernardo Fiterman Albano, Rodrigo Curti e Antônio Rodrigues, do Ministério Público, também estão no local”, diz a nota enviada pelo gabinete de crise.

Segundo informações, os presos renderam os policiais e tiveram acesso à sala de armas. O governo do Acre montou um gabinete de crise para centralizar as ações e passar informações oficiais.

“O policial penal que foi feito refém na quarta-feira [26] e um detento faxineiro foram liberados, graças ao trabalho de mediação de conflito que vem sendo realizado pelo Estado, em parceria com o Ministério Público. Uma equipe do Samu se encontra de prontidão no presídio, oferecendo todo o suporte de saúde necessário aos dois. Uma equipe da Secretaria Nacional de Políticas Penais deve chegar ao estado ainda nesta quinta-feira, com o objetivo de avaliar o cenário e tomar as providências necessárias para evitar desdobramentos da rebelião”, destaca o governo.

O advogado Romano Gouveia, representante do Conselho Comunitário da OAB, também acompanhava as negociações. Ele já tinha adiantado que os presos se entregariam e que a motivação da rebelião, segundo ele, foi guerra de facções.

“Provavelmente hoje se entregam. Porque não vão tentar fugir. Estão fortemente armados, porque tiveram acesso à sala de armas, mas no processo de rendição devem entregar as armas”, disse ao retomar as negociações.

As ruas que dão acesso ao presídio estão bloqueadas e um esquema de segurança foi montado na Avenida Antônio da Rocha Viana em frente ao Instituto Médico Legal (IML) em Rio Branco. Desde de quarta, familiares buscam informações no local.

rebeliao 002Caminhão frigorífico foi levado ao IML em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Ainda na noite de quarta, um caminhão frigorífico foi levado ao pátio do IML. Porém, o gabinete de crise não se posiciona sobre essa movimentação.

Além disso, um esquema de segurança foi montado nas ruas da capital. “Além de empregar equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para atuarem na unidade prisional, a PMAC prontamente mobilizou seus efetivos e adotou um plano de reforço do policiamento nas ruas. Os militares acionados atuarão ostensivamente nas áreas consideradas sensíveis, aumentando a presença e a visibilidade policial em pontos estratégicos”, diz a nota da PM.

rebeliao 003IML montou esquema de segurança — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre

Sobre o presídio

O presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves existe há 15 anos e tem, ao todo, 99 presos. Instituto de Administração Penitenciária do Estado do Acre (Iapen-AC). Os tipos de presos são aqueles que exercem poder de liderança nos grupos criminosos que fazem parte. Os grupos criminosos são separados por pavilhões.

rebeliao 004Presídio Antônio Amaro está tomado pela facção criminosa — Foto: Reprodução/Google Maps

Rebelião

A rebelião, segundo o gabinete de crise, começou por volta das 9h30. Segundo informações do gabinete de crise, os presos renderam policiais penais e tiveram acesso às armas que foram usadas para tomar o pavilhão de isolamento da unidade.

Um policial penal do Grupo Penitenciário de Operações Especiais (GPOE) foi atingido no início da ação, com um tiro de raspão na região ocular. E outro foi pego como refém, permanecendo até agora na mira dos bandidos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que vai dar todo o apoio possível ao governo do Acre. “Em face de crise no sistema penitenciário estadual do Acre, falei com o governador Gladson Cameli e coloquei nossa equipe à disposição para auxiliar no que for cabível”, disse o ministro.

A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) está acompanhando de perto o ocorrido no presídio. Foram enviados ao Presídio Antônio Amaro operadores de inteligência que estão acompanhando de perto os acontecimentos. Além disso, cerca de 40 agentes da força-tarefa da Senappen estão prontos para serem deslocados para a região, com o objetivo de reforçar as ações de controle da situação e garantir a segurança dos envolvidos, caso necessário.

rebeliao 005Familiares se reuniram na frente do presídio em busca de informações — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre