Caso veio a público após o vazamento de conversas entre os dois profissionais em um aplicativo de mensagens, nas quais eles aparentam falar sobre encontros com estudantes. Secretaria de Educação afirmou acompanhar a situação
Um professor e um diretor de uma escola estadual de Tarauacá, no interior do Acre, foram afastados por suspeita de assédio sexual a alunas. O afastamento foi confirmado pela Secretaria Estadual de Educação (SEE) nesta quinta-feira (18), que também informou, por meio de nota, acompanhar as famílias das vítimas.
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil do município e aguarda retorno. Como as identidades dos suspeitos não foram divulgadas, o g1 não conseguiu contato com eles e nem com as defesas.
O caso veio a público após o vazamento de conversas entre os dois profissionais nas quais eles aparentam falar sobre encontros com estudantes. (Veja as imagens abaixo)
Para a secretaria, as mensagens representam ‘conduta incompatível com o exercício da função’, e por isso eles foram afastados. Os educadores também irão responder a processo administrativo disciplinar (PAD).
“Paralelamente, a gestão está em diálogo com as famílias envolvidas, prestando o acolhimento necessário e adotando todas as medidas de proteção previstas na legislação vigente”, afirma o texto.
O que dizem as mensagens
Segundo as capturas de tela de parte das conversas entre professor e diretor, às quais o g1 teve acesso, eles chegam a discutir táticas de como despertar o interesse das estudantes e os possíveis momentos em que ficariam a sós com elas nas salas.
A primeira imagem mostra o diretor pedindo contatos ao professor. “Você é cheio delas”, afirmou. O professor respondeu e disse que vai “agilizar” e acrescenta: “Quero agilizar a [nome suprimido] para vc [sic]”.
“Também quero, só depende de ser sigiloso e ela queira. Vc [sic] tocou no assunto com ela?”, perguntou o gestor, se referindo, supostamente, à aluna.
Em outro momento da conversa, o professor envia mensagens de áudio e o diretor responde a uma delas: “Verdade, e elas precisam de algo, aí que a gente entra”.
Veja abaixo os trechos das conversas:
Conversas entre professor e diretor levaram ao afastamento deles por suspeita de assédio a alunas — Foto: Reprodução
Suposta discussão de professor e diretor sobre táticas para despertar interesse de alunas — Foto: Reprodução
Suposta conversa de professor e diretor cita estudante que terminou ensino médio em escola de Tarauacá — Foto: Reprodução
Nota da SEE
A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) informa que, acerca da denúncia envolvendo possível conduta incompatível com o exercício da função por parte de um profissional da rede estadual de ensino.
A SEE já adotou as providências administrativas cabíveis, incluindo o afastamento preventivo do servidor de suas atividades, como medida de proteção à comunidade escolar, e a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para a devida apuração dos fatos, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
Paralelamente, a gestão está em diálogo com as famílias envolvidas, prestando o acolhimento necessário e adotando todas as medidas de proteção previstas na legislação vigente.
Aberson Carvalho de Sousa
Secretário de Educação e Cultura do Acre
A PM disponibiliza os seguintes números para que vítimas peçam ajuda:
- (68) 99609-3901
- (68) 99611-3224
- (68) 99610-4372
- (68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar casos de violência:
- Polícia Militar - 190: quando a vítima está correndo risco imediato;
- Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
