MP-AC acrescentou duas qualificadoras ao crime: recurso que impossibilitou a defesa da vítima e requinte de crueldade. Professor e diarista estão presos no Complexto Prisional de Rio Branco
O Ministério Público do Acre (MP-AC) denunciou um professor do Instituto Federal do Acre (Ifac), Campus, Xapuri, interior do Acre, e um diarista, de 45 anos, preso no último dia 1º, por torturarem um estudante de 16 anos. Por ser um caso envolvendo um menor de idade, as identidades dos suspeitos são mantidas em sigilo.
A agressão teria ocorrido no final do mês de novembro fora das mediações do Ifac. Após a divulgação do caso, o professor foi afastado do cargo. Familiares do adolescente procuraram a delegacia para denunciar e foi aberto um inquérito para apurar a situação. Em nota, o Ifac informou que tão logo tomou conhecimento da denúncia, instaurou um procedimento administrativo.
Na denúncia, o MP-AC destaca que os dois suspeitos torturaram o aluno pra que ele confessasse que tinha furtado alguns pertences do professor. A dupla também questionou o adolescente sobre o paradeiro desses objetos.
O órgão estadual acrescentou ainda duas qualificadoras ao crime: recurso que impossibilitou a defesa da vítima e requinte de crueldade.
“Com emprego de recurso que impossibilitou a defesa do ofendido, haja vista a superioridade numérica dos agressores, o uso de duas armas de fogo e pelo fato de a vítima encontrar-se com as mãos amarradas enquanto era torturada física e mentalmente pelos denunciados”, diz parte da denúncia.
Sobre a segunda qualificadora, o MP-AC afirma que o adolescente foi obrigado a ‘ingerir bebida alcoólica, tipo cachaça’, durante o tempo em que esteve sob as ameaças dos suspeitos.
No último dia 2, a delegada Michele Boscaro, responsável pelas investigações, indiciou o professor e encaminhou o caso para a Justiça.
O professor foi preso no dia 14 de dezembro de 2023 ao se apresentar à delegacia de Xapuri. Ele e o diarista estão presos no Complexo Prisional da capital Rio Branco.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.