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Polícia

Policial denunciado por torturar jovem com deficiência durante abordagem no AC tem novo habeas corpus negado

Policial denunciado por torturar jovem com deficiência durante abordagem no AC tem novo habeas corpus negado

Justiça negou a suspensão das medidas cautelares impostas ao policial. Servidor público não pode usar arma de fogo nem trabalhar nas ruas. Defesa disse que vai recorrer novamente

A Justiça do Acre voltou a negar ao policial civil Jordeneis Ribeiro a suspensão das medidas cautelares impostas após ele ser acusado de torturar o jovem Vinícius Afonso durante uma abordagem em Plácido de Castro, interior do Acre, em junho de 2020. A defesa do servidor público entrou com um habeas corpus ‘alegando a existência de constrangimento ilegal’.

Ribeiro foi afastado das funções e teve o porte de arma suspenso na época do crime. Ele segue desenvolvendo atividades administrativas em um setor da Polícia Civil desde então.

O pedido feito pela defesa foi analisado e rejeitado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). A decisão ainda cabe recurso.

O advogado do policial, Marcos Paulo Pereira, disse que o cliente pediu para voltar a usar a arma de fogo e também trabalhar nas ruas novamente. Um dos pontos também questionados pela defesa no pedido é a demora no julgamento do caso.

Segundo Pereira, os demais policiais envolvidos no caso já foram julgados, contudo, Jordeneis Ribeiro não passou sequer por audiência de instrução e julgamento, que estava marcada para o último dia 12 e foi cancelada.

“Vamos entrar com recurso contra a decisão. Os outros [policiais] foram julgados e não foram nem condenados por tortura. Apenas o caso dele, infelizmente, não foi nem julgado ainda. O pedido foi para questionar as cautelares que impedem ele de ter porte de arma e poder trabalhar na rua.

Agressões filmadas

O adolescente Vinícius Afonso, que tem problemas neurológicos e psiquiátricos, estava parado na motocicleta conversando com a namorada quando foi abordado pela polícia. A mãe do jovem filmou as agressões.

A motivação para as agressões, segundo a mãe do rapaz, Isabel Afonso, foi porque o filho não estava usando máscara, que era obrigatório na cidade por conta da pandemia do novo coronavírus.

Foi a mãe quem denunciou que o filho foi agredido por policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron). Após as agressões, o jovem passou por exames e precisou aumentar a dosagem das medicações que faz uso diariamente. O caso tomou repercussão nas redes sociais e o Ministério Público do Acre chegou a instaurar um procedimento para apurar o caso.

Após as denúncias, em nota, a assessoria da Secretaria de Segurança do Acre informou que tinha conhecimento do caso e que foi aberto um procedimento tanto na Polícia Civil como na Militar para apurar a ação dos policiais do Gefron envolvidos na abordagem.