São pelo menos 15 pessoas investigadas entre empresários e laranjas. Foram apreendidos 14 veículos e R$ 200 mil em espécie e mais R$ 5 milhões em produtos em estoque
Uma operação da Polícia Civil, desencadeada na manhã desta segunda-feira (20), em empresa do ramo do comércio, em Rio Branco, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, em investigação de que apura desvio de mais de R$ 25 milhões em sonegação de impostos.
A operação, que recebeu o nome de Sinfonia, apurou que entre os investigados são pelo menos 15 pessoas envolvidas no esquema, entre empresários e laranjas. Foram apreendidos 14 veículos e R$ 200 mil em espécie e mais R$ 5 milhões em produtos em estoque.
Conforme o delegado Karlesso Nespoli, a operação ocorreu em conjunto com a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). As investigações começaram ainda em 2017, pelo setor de Inteligência da Sefaz e, posteriormente, com a criação do Grupo de Enfrentamento aos Crimes Contra Ordem Tributária (Gecot), a Polícia Civil iniciou as investigações criminais.
“Trocamos algumas informações com a Secretaria de Fazenda e conseguimos fazer nessa operação a apreensão de mais de R$ 200 mil em espécie, apreensão de estoque avaliado em R$ 5 milhões, sequestro de 14 veículos e busca e apreensão de documentos e computadores”, disse o delegado.
O delegado falou ainda que o esquema funcionava da seguinte forma: “cria-se uma empresa e começa a ter uma dívida tributária, sonega o tributo e, para tentar desviar da fiscalização da Secretaria da Fazenda, cria um outro nome, interposto à pessoa, que a gente chama de laranja, é um funcionário, um amigo e vão criando empresas.”
Laranja
O esquema era feito entre empresários, amigos, familiares e até mesmo funcionários.
“Ali estamos evidenciando não só o crime tributário em si, mas crime de falsidade ideológica, organização criminosa, lavagem de dinheiro e eventuais outros que possam surgir no decorrer da operação”, acrescentou.
O delegado explicou que um pouco antes da operação foi criada uma empresa com esta finalidade e que ainda estava sendo criada outra.
“Então, vão mudando o CNPJ com a finalidade de tentar ludibriar o estado. Então, a Sefaz identificou isso, compartilhou a informação e a gente conseguiu fazer a operação. Tinha empresa que conseguiu funcionar duas, três vezes no mesmo local e só mudava a fachada e com isso vai fraudando o fisco e já estava em mais de R$ 25 milhões não tributados”, acrescentou.
Uma pessoa foi presa em flagrante por causa de uma arma sem registro encontrada durante o cumprimento dos mandos que eram apenas de busca e apreensão.
O diretor de Administração Tributária da Sefaz, Cloves Monteiro, disse que a sonegação gera prejuízos ao estado, aos empresários que pagam seus impostos e à população que poderia ser beneficiada com as políticas públicas que deixam de ser efetivadas por conta dos desvios.
“Temos constituído em dívida ativa de mais de R$ 25 milhões e têm outros débitos que a gente está por lançar que está nessa casa de quase R$ 30 milhões. Esse tipo de ação com objetivo de fraudar o fisco traz um prejuízo muito grande para a nossa sociedade, para os outros empresários que tentam trabalhar de forma correta e pagam seus tributos. Esse tributo que falta nos cofres públicos acaba faltando para que o estado possa executar suas políticas”, explicou.