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Polícia

PF cumpre mandados em operação que apura contratos firmados por prefeitura no interior do AC durante pandemia

Supostas irregularidades em licitações teriam ocorrido no primeiro semestre de 2020 na cidade de Plácido de Castro. Um dos contratos investigados seria no valor de mais de meio milhão de reais para compra de EPIs a profissionais da saúde. Ao todo são cumpridos 9 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco, Plácido de Castro, Xapuri e Abadia de Goiás

A Polícia Federal no Acre deflagrou nesta quinta-feira (25) a Operação Contágio, que investiga supostas irregularidades em licitações que teriam ocorrido no primeiro semestre do ano de 2020, no município de Plácido de Castro, no interior do Acre. Ao todo são cumpridos 9 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco, Plácido de Castro, Xapuri e Abadia de Goiás.

As investigações se deram de forma conjunta com o Tribunal de Contas da União. Conforme a PF, um dos contratos investigados é no valor de mais de R$ 500 mil para a compra de equipamentos de proteção individual (EPI’s) para profissionais da saúde que atuavam no combate à pandemia causada pela Covid-19.

Ao G1, o prefeito Camilo da Silva, que assumiu a prefeitura em janeiro deste ano, disse que a situação tem relação com a gestão anterior e que a prefeitura está à disposição para repassar toda documentação que a polícia solicitar. A reportagem não conseguiu contato com o prefeito anterior, Gedeon Barros.

“Eu considero a investigação positiva, é o papel da polícia fazer isso. Só estranho a estratégia que a polícia utilizou, porque dessa forma, dá a entender que tem a ver com a atual gestão e essa operação investiga a gestão anterior. Nossa gestão está aberta a qualquer informação que seja preciso, não temos nenhuma dúvida de que a polícia precisa realmente investigar, porque houve desmando mesmo na gestão anterior, mas não precisa desse espetáculo”, disse o atual prefeito.

Segundo apurado até o momento, o grupo criminoso se valeu da flexibilização das regras de contratações criadas pela por conta da lei de calamidade pública durante a pandemia para assinar esse contrato.

Empresas de fachada

Ainda segundo a PF, a maioria das empresas consideradas como fornecedoras tinha vários indícios de serem empresas fictícias, ou seja, empresas de fachada, que não têm sede administrativa e funcionários.

A polícia não informou os nomes dos envolvidos, mas disse que a investigação identificou que o grupo criminoso atuou com a participação dos sócios das empresas e de funcionários públicos. Entre eles um ex-secretário municipal que deveria ser o responsável por prezar pela lisura do procedimento de contratação. Além disso, é também alvo da operação, um vereador em exercício pelo município de Rio Branco.

As investigações apontaram ainda que uma das proprietárias das empresas investigadas chegou a receber o Auxílio Emergencial do governo federal, no valor de R$ 600, próximo à data em que apresentou proposta orçamentária de mais de meio milhão de reais à prefeitura do interior do Acre.

O nome da operação, faz referência ao fato de que o objeto de contrato investigado, é justamente a compra de materiais EPI’s, que visam evitar que profissionais de saúde sejam contagiados pelo vírus da Covid-19.