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Polícia

Perícia aponta que van causou acidente que matou cinco mulheres em rodovia no interior do Acre

Perícia aponta que van causou acidente que matou cinco mulheres em rodovia no interior do Acre

Polícia Civil concluiu inquérito e indiciou o motorista da van, Jean Lopes de Oliveira Junior, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Caso foi encaminhado para o Judiciário de Xapuri. Acidente ocorreu em julho deste ano na BR-317, em Xapuri

A perícia concluiu que o acidente entre uma van e um caminhão em julho na BR-317, em Xapuri, interior do Acre, foi causado após a van invadir a pista contrária e bater no outro veículo. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelas investigações, Gustavo Neves, nessa quarta-feira (14).

Veja quem são as cinco mulheres que morreram no acidente entre uma van e um caminhão na BR-317, no Acre

Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil indiciou o motorista da van, Jean Lopes de Oliveira Junior, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

“A perícia apontou que a van invadiu a mão contrária da pista onde o caminhão estava. Eu já conclui o inquérito e enviei para o Judiciário na segunda-feira [12]. Ele foi indiciado por homicídio culposo. A perícia não confirmou como houve, lá não têm câmeras, a perícia só fez essa menção de quem invadiu a pista foi o motorista da van”, destacou Gustavo Neves.

Ainda segundo o delegado, as testemunhas não relataram que o motorista estava em alta velocidade. Ele confirmou que, além dos motoristas, foram ouvidos cerca de sete passageiros. “O caso foi encaminhado para o Judiciário de Xapuri. Não cabe nenhum pedido de prisão e só encaminhei o relatório do inquérito com as peças. O juiz deve agora abrir para o MP, que vai ou não oferecer denúncia”, concluiu.

acidente 002 webPorta da van ficou presa no caminhão após a batida — Fotos: Arquivo/CBM-AC

O advogado Mário Rosas, responsável pela defesa do motorista, disse que a defesa não foi notificada do resultado da perícia e que vai primeiro verificar o teor da perícia para se posicionar. Contudo, segundo ele, o cliente nega que houve uma invasão dele na pista contrária. “Temos testemunhas que irão esclarecer”, resumiu.

A batida, no km 181 da rodovia, deixou cinco mulheres mortas e diversas outras pessoas feridas. Ao todo, 16 pessoas estavam na van. Os passageiros seguiam do interior para a capital acreana para fazer exames ou acompanhamento médico no Hospital de Amor.

Jean Lopes de Oliveira Junior, que conduzi a van, sofreu apenas escoriações. Na época, ele tinha um cargo de diretor operacional da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre) e foi afastado da função.

Segundo informou o governo na época do acidente, o cargo ocupado era de dedicação exclusiva e por isso não poderia atuar como motorista da van, que não tinha ligação com o órgão público. Após o afastamento, o motorista foi exonerado do cargo de diretor.

A van tinha sido concedida por meio da ajuda do deputado estadual Antônio Pedro que foi quem pagou pelo transporte, segundo confirmou à Rede Amazônica. O deputado disse que negociou com o dono da van que atua nesse tipo de transporte de passageiros e que o valor pago era mais uma ajuda de custo para o combustível e que o trabalho feito era para ajudar as mulheres.

Depoimentos dos motoristas

Os dois motoristas foram ouvidos um dia após a batida, no dia 28 de julho. O motorista do caminhão relatou que seguia na via quando sentiu o impacto da batida. Ele afirmou que a van que invadiu a pista na contramão e bateu contra o caminhão.

Já em seu depoimento, Jean Oliveira Júnior rebateu a versão do motorista do caminhão e afirmou que, na verdade, que caminhão que saiu da contramão e atingiu a van.

O condutor falou ainda para a polícia que fez contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para socorrer as vítimas e também receber atendimento médico. Segundo a polícia, Júnior estava bastante abalado durante o depoimento.