Agressão teria sido motivada porque menino tentou passar para terreno do vizinho. Elissandro registrou boletim de ocorrência e também levou denúncia para o Ministério Público
O vendedor Elissandro Santana registrou um boletim de ocorrência na polícia e apresentou uma denúncia ao Ministério Público contra seu vizinho, um policial penal, por ter agredido seu filho de 16 anos, que é autista. O caso ocorreu em Sena Madureira, interior do Acre.
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que a Corregedoria do órgão já tomou ciência do fato e está encaminhando ofício à delegacia de Polícia Civil para obter mais informações sobre o caso.
Ao g1, o delegado responsável, Thiago Parente, disse que não poderia comentar a respeito da investigação, porque o caso está correndo em sigilo. A reportagem não conseguiu contato com o policial até última atualização desta matéria.
A situação ocorreu no contexto da construção do muro da residência do policial, que fica nos fundos da casa de Santana. De acordo com o relato do pai, o barulho causado pela construção estava afetando seu filho, que às vezes entrava em crises devido à sua condição.
Santana abordou o vizinho e pediu que, quando o adolescente estivesse em crise, ele interrompesse a obra temporariamente até que seu filho se acalmasse. No entanto, o policial recusou o pedido.
Ainda segundo a denúncia, em um determinado dia, o adolescente estava no quintal de casa e jogou seu chapéu no quintal do vizinho. Ao tentar recuperar o chapéu, o vizinho, que estava perto do muro, pediu que ele não atravessasse o quintal.
“Eu tirei a criança duas vezes de lá e pedi ele por favor que parasse os trabalhos porque meu filho estava em crise. Ele falou que não iria parar o trabalho, que a criança tinha que entender que não podia passar pela cerca. Voltei a falar que a criança tinha problemas, que não obedecia ordem, foi quando ele tentou passa de novo, aí o policial veio de lá, pegou uma pá e bateu nas costas do meu filho. Eu achando que ele vinha me ajudar com o menino, porque eu estava agarrado nas pernas dele pra ele não passar, mas não”, disse o pai.
Após a agressão, Santana questionou o vizinho se ele estava tentando matar seu filho, pois o adolescente ficou sem fôlego e caiu no chão chorando. “Ele simplesmente virou as costas e saiu andando.”