O Ministério Público do Acre (MP-AC) desencadeou, na manhã desta quarta-feira (24), a operação Hemólise, com o objetivo
desintegrar uma organização criminosa que atua no estado. Foram expedidos 101 mandados de prisão, de busca e apreensão, que são cumpridos em 18 bairros de Rio Branco, Sena Madureira, Porto Acre, Porto Walter e Plácido de Castro.
Destes mandados, 69 são de prisão e outros 32 de busca e apreensão. Nas primeiras horas da operação, pelo menos 40 pessoas já foram presas, segundo informou o promotor Bernardo Albano, coordenador adjunto do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
“A tônica dessa operação foi exatamente focar nos conselheiros da organização criminosa, então, nós conseguimos a responsabilização de alguns conselheiros que se encontravam reclusos. Mas, também lideranças que se encontravam em liberdade e determinando o crime, como tráfico de drogas, homicídios e assaltos aqui na nossa cidade”, disse o promotor.
Investigações
As investigações duraram cerca de seis meses e começaram a partir da apreensão de materiais dentro dos presídios, segundo informou o coordenador do Gaeco, o promotor Danilo Lovisaro.
Além disso, o promotor ressaltou que a atuação conjunta, com Polícia Civil, Militar e Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) foi fundamental e envolveu pelo menos 200 agentes.
“Que essa operação possa ter um resultado bastante positivo na redução da criminalidade. É importante, sobretudo, pelo número de mandados cumpridos. Todo esse trabalho é importante no enfraquecimento da organização sobretudo por atacar as lideranças, as frentes de bairro”, disse.
A operação foi voltada para alguns conselheiros, membros do conselho final e do conselho rotativo, mas também integrantes da organização que tinham grande influência nos bairros que são chamados de “frentes de bairros”.
Segundo o promotor, “os frentes de bairros” são pessoas que têm função de atuar na cobrança das mensalidades dos demais membros faccionados e atuam também no controle das biqueiras de bocas de fumo, ou seja, no controle do território.
Já nos municípios, a atuação são todas relacionados, principalmente, a rota de tráfico de drogas.
“Essa atuação é, sobretudo, relacionada a rota de tráfico de drogas. Então essa atuação visou atacar os membros das organizações que atuam no interior seja dando suporte para a execução das medidas a mando do conselho da organização, seja no tráfico de drogas”, pontuou.
O MP ainda não tem o balanço da operação com dados sobre o que foi apreendido e o número total de presos, principalmente no interior. As diligências ainda estão em andamento e o balanço deve ser divulgado posteriormente.
Nome da operação
A operação recebeu o nome de Hemólise, que se trata de um processo biológico de quebra das células vermelhas que faz referência ao nome da organização criminosa alvo das investigações do Ministério Público.
Portal G1/AC