Simey Menezes Costa se apresentou na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) nessa quarta-feira (12) com um advogado. Em depoimento, ele negou que tenha matado a noiva, Ketilly Soares de Souza, de 33 anos, no último domingo (9)
O mecânico Simey Menezes Costa negou que tenha matado a noiva Ketilly Soares de Souza, de 33 anos, assassinada com mais de 10 facadas no último domingo (9) na Rua Raimundo Saldanha, no Polo Benfica, região do bairro Vila Acre, Segundo Distrito de Rio Branco. Acompanhado de um advogado, o suspeito se entregou à polícia no início da noite desta quarta-feira (12).
Familiares da vítima confirmaram ao g1 que o suspeito ficou com medo da repercussão do crime e desistiu se apresentar. Ele recebeu voz de prisão e segue à disposição da Justiça.
O delegado responsável pelas investigações, Pedro Paulo Buzolin, explicou que o mecânico negou que tenha matado a companheira, contudo, para não atrapalhar os trabalhos, o delegado não informou a versão apresentada pelo suspeito.
“Demos início às buscas pelo autor, o qual se entregou na Delegacia de Atendimento à Mulher [Deam] na presença de seu advogado. Ontem [quarta-feira,12] cumprimos um mandado de busca e apreensão em uma residência, onde conseguimos localizar a moto do autor que foi utilizada para a fuga logo após o crime”, disse Buzolin.
Ainda não se sabe o que, de fato, motivou o crime. De acordo com o delegado, Simey chegou a apresentar uma versão diferente da que foi contada pela família da vítima. As investigações apontam ainda que o suspeito chegou a ficar escondido na casa de parentes em Sena Madureira, interior do Acre.
“Não tem uma motivação concreta acerca desse crime. Provas indicam que ele chegou a se evadir em outro município”, resumiu.
Mãe pede justiça
Em entrevista à Rede Amazônica Acre, a mãe de Ketilly, Francisca Soares, disse que deseja que o suspeito pague pela brutalidade que teve com a filha. “Quero que pague cada gota de sangue derramada ali. Quero que pague. Deus vai fazer ele pagar, não quero que pague pela mão do homem, mas vai sentir na pele o que fez”, desabafou.
Segundo a família, o comportamento de Simey Menezes com a mulher chegava a ser abusivo. A aposentada contou que a filha de Ketilly já notava o comportamento estranho do padrasto. “Ela não aceitava ele. Quando ele chegava lá em casa ela se escondia para não ver ele”, relembrou.
Ketilly foi pedida em casamento no último dia 2, uma semana antes de ser assassinada a facadas. O g1 obteve, com exclusividade, o vídeo do pedido de casamento feito por Simey, o principal suspeito pelo crime. As imagens mostram o casal feliz na frente dos fiéis e Simey começa a cantar. “Escrevi essa canção para dizer tudo que sinto por você”.
O casal estava há três meses em processo de mudança para o Polo Benfica, mas ficou apenas 14 dias morando juntos. Antes, Simey morava com a mãe no bairro Betel e Ketilly com a mãe dela e a filha no bairro Floresta.
A filha de Ketilly, Katheriny Lauany Soares, contou ao g1 que a mãe estava feliz e sonhava em casar.” Ela sonhava em casar com ele, queria ter a casa dela, as coisas dela. Ele morava com a mãe dele e ela ia dormir lá. Ficava planejando a compra dos móveis, em ter as coisas deles. Ela estava feliz”, diz a filha da vítima.
Briga na noite anterior
A família de Ketilly soube também que os vizinhos ouviram o casal discutindo e muito barulho dentro da casa. Pela manhã, um vizinho passou na frente da residência e viu o portão aberto com a chave para o lado de fora.
Esse vizinho comentou com uma prima da vítima, que mora no mesmo local e pediu para ele pegar a chave e levar para ela. A mulher decidiu ir até a residência para checar o que tinha acontecido. Ainda segundo a família, a moradora encontrou a casa fechada e quando abriu um pouco a porta viu Ketilly caída no chão.
“Ela achou que a Ketilly estava dormindo porque o ventilador estava ligado. Quando abriu a porta toda viu a Ketilly morta e saiu correndo. Ligaram para polícia, a Bia falou para os pais dela e, como não queriam dar a notícia por telefone, vieram até aqui falar pra gente”, contou Cristianna de Lima, amiga da família.
Os familiares lamentaram ainda que os vizinhos não tenham acionado a polícia na noite anterior quando ouviram o casal brigando. “Brigaram na noite anterior, os vizinhos ouviram, mas ninguém ligou para a polícia e nem denunciou”, falou.