Operação Tarquínio foi deflagrada nesta quarta (22), após três meses de investigações. Vítima é de Rio Branco e relatou que estava sendo ameaçada pela internet
A Polícia Civil do Acre deflagrou a Operação Tarquínio, nesta quarta-feira (22), contra um crime que tem se multiplicado na internet: o uso das redes sociais para assediar e chantagear mulheres.
Ao todo, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nos estados de Pernambuco (PE) e Minas Gerais (MG). Dois suspeitos foram conduzidos às delegacias desses estados para serem ouvidos.
A ação foi deflagrada após uma mulher de Rio Branco denunciar à polícia que tinha conhecido um homem pelas redes sociais e, após um tempo conversando com o suspeito, acabou enviando alguns vídeos íntimos e foi quando começou a ser ameaçada.
A delegada Juliana d’Angelis, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do Acre (Deam), afirmou que esse tipo de crime tem crescido em todo o país e que muitas outras mulheres também podem ter sido vítimas.
“Essa situação do estupro virtual, infelizmente, é um crime que tem se tornado comum. A vítima procurou a Polícia Civil para dizer que estava sendo ameaçada, coagida a praticar atos libidinosos mediante grave violência. A partir de então, foi instaurado um inquérito policial, todas as medidas foram tomadas e culminaram nessa ação junto com os estados de Pernambuco, Minas Gerais”, disse Juliana.
O suspeito dizia que iria expor os vídeos íntimos da vítima nas redes sociais para parentes, amigos e pessoas do seu convívio profissional, caso a mulher não fizesse o que ele pedia. Conforme o delegado Nilton Boscaro, o homem chegou a pedir para ela fazer um vídeo introduzindo o dedo dela nas partes íntimas, o que configura estupro virtual.
“Ele chegou a exigir que ela gravasse uma relação sexual e passasse os contatos desse homem que ela teria mantido relação sexual. No caso, o homem inclusive é casado e certamente ele iria para um outro patamar que é a extorsão. Nesse momento, a vítima aqui do estado teve abalo psicológico, tentou até se matar. O sujeito não conseguiu mais contato com ela e aí acabou divulgando para algumas pessoas alguns vídeos”, contou o delegado.
Ainda segundo Boscaro, a mulher informou à polícia que o fato ocorreu na segunda quinzena de outubro. Após três meses de investigação, a polícia conseguiu chegar aos endereços de onde as mensagens eram enviadas para a vítima acreana.
“Graças a um trabalho em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Laboratório de Crimes Cibernéticos, conseguimos localizar as residências que estariam saindo essas conexões de internet. Na data de hoje [quarta, 22], com o apoio da Polícias Civis de Minas Gerais e Pernambuco, conseguimos individualizar a autoria e a materialidade circunstanciais”, concluiu Boscaro.