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Polícia

MPF defende que Robinho cumpra pena de estupro no Brasil

MPF defende que Robinho cumpra pena de estupro no Brasil

Órgão entregou argumento ao Superior Tribunal de Justiça nesta terça-feira (14); ex-jogador foi condenado a nove anos de prisão na Itália

Em manifestação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta terça-feira (14), o Ministério Público Federal (MPF) defendeu que Robinho cumpra a condenação de estupro coletivo em solo brasileiro. O ex-jogador foi sentenciado a nove anos de prisão na Itália em 2022.

Como ele não estava na Itália no momento da condenação, Robinho nunca chegou a cumprir a pena. O governo italiano enviou um documento ao Brasil pedindo a homologação da sentença condenatória, o que faria ele cumprir a pena aqui.

Vale lembrar que a legislação brasileira impede a extradição de cidadãos natos para cumprimento de penas no exterior.

No documento, o MPF explica que todos os pressupostos legais e regimentais adotados pelo Brasil para o prosseguimento da transferência de execução penal foram cumpridos. Além disso, o órgão afirma que a transferência da execução penal da Itália para o Brasil respeita tanto a Constituição Federal quanto o compromisso de repressão da criminalidade e de cooperação jurídica do país.
Ao final, o MPF alega que, se a condenação não for cumprida, o Estado corre risco de permitir a impunidade.

Desde que o pedido de homologação foi feito pelo governo italiano, a defesa de Robinho argumentou que não era possível a transferência de sentença. Os advogados chegaram a pedir a tradução do processo completo, o que foi negado. De acordo com o MPF, o procedimento de homologação dispensa a análise integral do processo estrangeiro.

Além disso, a defesa afirmou que a colheita de provas no processo estrangeiro teria ocorrido de forma não condizente com as regras brasileiras. O argumento também foi rebatido pelas autoridades, dizendo que procedimentos aplicáveis ao caso são aqueles previstos no ordenamento jurídico italiano.

O parecer seguiu ao STJ, onde ainda será julgado.

Relembre o caso

De acordo com a acusação, Robinho e mais cinco brasileiros, dentre eles o amigo do jogador Ricardo Falco, teriam praticado atos sexuais em grupo contra uma mulher albanesa desacordada em uma boate italiana no ano de 2013. Robinho atuava pelo Milan na época.

O atacante declarou em seu depoimento, no ano de 2014, que se relacionou sexualmente com a mulher em questão, mas afirmou que o ato foi consensual e sem a participação de outras pessoas.

Uma das gravações interceptadas pelas autoridades italianas mostram o brasileiro Jairo Chagas, também envolvido no caso, dizendo para o atleta que viu ele “colocando o pênis dentro da boca” da jovem. Chagas mudou o depoimento para as autoridades e foi condenado por falso testemunho.

Robinho, junto com seu amigo Ricardo Falco, foram condenados na Itália pelo crime de estupro. O ex-atleta foi sentenciado a nove anos de prisão.