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Polícia

MP acompanha caso de mulher trans em situação de rua agredida a golpes de terçado no AC

MP acompanha caso de mulher trans em situação de rua agredida a golpes de terçado no AC

Entidades ligadas ao movimento LGBT no Acre lamentaram caso e pediram providências. MP informou que vai solicitar à Polícia Civil que instaure inquérito policial para apurar ocorrência. Vítima recebeu alta do PS ainda nessa segunda-feira (23)

O Ministério Público informou que está acompanhando de perto o caso da mulher trans em situação de rua que foi agredida com golpes de terçado nessa segunda-feira (23), em frente ao Mercado Velho, no Centro de Rio Branco.

Equipes técnicas do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) e do Núcleo de Apoio e Atendimento Psicossocial (Natera) devem se reunir nesta terça-feira (24) com o Centro Pop, da prefeitura da capital, para debater o caso.

De acordo com a Polícia Militar, o autor da agressão é um idoso de 68 anos que também vive em situação de rua. Segundo informações, a vítima foi ferida na cabeça e foi levada para o Pronto-socorro de Rio Branco, onde passou por exames e recebeu alta ainda nessa segunda.

Ainda de acordo com a polícia, o suspeito do crime alegou que, em data não informada, teria sido roubado pela vítima. Ele foi localizado na praça do bairro José Augusto e encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla) para os procedimentos cabíveis.

Ao g1, o MP-AC informou que vai solicitar à polícia que instaure um inquérito para apurar ocorrência na esfera criminal. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para saber qual delegado deve ficar responsável e o que já se tem sobre o caso, mas aguarda resposta até última atualização da matéria.

O Centro Pop afirmou que a mulher trans em situação de rua é acompanhada e que vai constantemente na unidade passar por atendimentos. A coordenadora do centro, Kawana Lima Campos, informou que assim que a equipe teve conhecimento sobre o caso, foi até o Pronto-socorro e encontrou uma familiar da vítima que afirmou que ela teria um local para ficar após receber alta médica.

No entanto, após a alta, elas deixaram o hospital e não foram mais localizadas. “Fizemos busca ativa nas redondezas, mas não encontramos até o momento. A equipe vai hoje [terça, 24] novas buscas”, disse Kawana.

Mês da Visibilidade Trans

Entidades ligadas ao movimento LGBT no Acre lamentaram caso e pediram providências. Pelas redes sociais, o presidente do Fórum de ONGs LGBT do Acre, Germano Marino lembrou que transfobia é crime.

“Situação triste, lamentável dessa travesti que foi quase assassinada a golpes de terçado nessa segunda-feira (23). Pedi as representantes da Associação das Travestis e Transexuais do Acre (ATTRAC) para solicitar ajuda junto ao Centro de Atendimento às Vítimas de Violência do Ministério Público do Estado do Acre, para dar auxílio a essa vítima. Estamos no Mês da Visibilidade Trans, e transfobia é crime no Brasil. Que o agressor seja colocado no rigor da Lei”, disse.

A presidente da ATTRAC, Antonela Machado de Albuquerque também falou sobre o Mês da Visibilidade Trans no Brasil e afirmou que esse tipo de violência fere a toda população LGBT.

“Fiquei muito triste com esse caso, ainda mais no mês da Visibilidade Trans. A gente ainda vive esses casos de violência, de transfobia contra a população de travestis e transsexuais aqui no Acre. Infelizmente aconteceu isso, estou com coração partido. Vi inclusive que fizeram uma reportagem e colocaram o nome de registro dela, o que invisibiliza ainda mais nossa causa, nossa luta. Esse caso de violência machuca muito a gente, todas nós sangramos com esse caso. Não há nem motivo para se fazer um negócio desse com um ser humano”, afirmou Antonela.