Estado aparece entre as federações com maiores quedas no número de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Dados são de registros de janeiro a junho de 2021 e 2022. Ferramenta criada pelo g1 acompanha os assassinatos mês a mês
O número de assassinatos no Acre caiu 15% no primeiro semestre de 2022. A redução é baseada no índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (25).
O Monitor da Violência é uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Entre janeiro e junho deste ano, 99 pessoas foram assassinadas no estado acreano. No mesmo período de 2021, o total de morte era de 117.
O levantamento contabiliza número de vítimas dos seguintes crimes:
- homicídios dolosos (incluindo os feminicídios)
- latrocínios (roubos seguidos de morte)
- lesões corporais seguidas de morte
- O Brasil teve 20,1 mil assassinatos nos primeiros seis meses deste ano, o que representa uma queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Estados com as maiores quedas:
- Roraima: -34%
- Distrito Federal: -21%
- Rio Grande do Norte: -18%
- Amapá: -17%
- Maranhão: -17%
- Espírito Santo: - 16,5%
- Rio de Janeiro: -16%
- Acre: -15%
- Goiás: -14%
- Bahia: -10%
Ainda conforme o levantamento, o estado de Rondônia teve o maior aumento nos assassinatos, 24% no período de avaliação. A maior queda foi de Roraima com -34%.
Alguns casos
Alguns assassinatos registrados este ano no Acre tiveram muita repercussão e comoveram a população. Foi assim com a morte do empresário Jorge de Souza Batista, de 65 anos, o Jorge das Flores, no mês de fevereiro.
Ele teve a loja invadida por um assaltante, foi baleado pelo criminoso e morreu no Pronto Socorro de Rio Branco. O velório e enterro do empresário contaram com a presença de diversas autoridades do estado, clientes e amigos de longa data.
Jorge das Flores recebeu também várias homenagens nas redes sociais.
Outro caso de grande repercussão no estado ocorreu em Feijó, no interior. Uma adolescente 14 anos foi apreendida em janeiro por ter matado a tia Maria Antonieta de Souza Abreu, de 38 anos. A forma como a vítima foi morta chocou a pequena cidade do interior.
Maria Antonieta foi morta a facadas e com golpes de panela de pressão. As investigações apontavam também que ela teria sido envenenada pela sobrinha antes do assassinato.
Antes de matar a tia, menor teria também rendido o primo de 10 anos, desferido golpes de faca nele, o trancou em um quarto e partiu para cima da tia. A criança ficou com ferimentos na região do pescoço.
Índice nacional de homicídios
A ferramenta criada pelo g1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Jornalistas do g1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O governo federal anunciou a criação de um sistema similar ainda na gestão do ex-ministro Sergio Moro. Mas os dados não estão tão atualizados quanto os da ferramenta do g1.
Os dados coletados mês a mês pelo g1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço fechado do ano de 2021 foi publicado em maio.