Allana Rodrigues relatou nas redes sociais que foi expulsa pelo segurança, saiu do local abalada e registrou um boletim de ocorrência. Caso ocorreu no último dia 12, mas foi divulgado apenas nesse sábado (20)
A Miss Trans Acre, Allana Rodrigues, fez um relato emocionante nas redes sociais nesse sábado (20) para contar que foi vítima de transfobia em um bar de Rio Branco. Allana foi expulsa do banheiro feminino do estabelecimento, saiu do local abalada e registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia da capital acreana.
O caso ocorreu no último dia 12, mas a miss disse que resolveu expor apenas agora porque se sente mais segura e para que outras mulheres também denunciem quando forem vítimas. Ela publicou um vídeo explicando o que aconteceu.
“Fui obrigada a me retirar do banheiro feminino do bar onde estava pelo segurança. Ele disse que eu não poderia usar o banheiro. Eu questionei, e ele disse que eu não poderia usar. Simplesmente saí do banheiro, peguei minha bolsa e falei para os meus amigos que queria ir embora. Naquele momento só queria vim embora e nada mais. Nada mais me importava, eu só queria vim para casa”, contou.
A miss seguiu relatando que seus amigos ainda questionaram o segurança, além de outras pessoas que a acompanhavam. Por conta disso, os amigos de Allana acabaram sendo expulsos do estabelecimento. “A gente não tem razão, não tem direito a nada. Nesse momento é só a equipe de segurança que importa e pronto. Findou que no outro dia tive que registrar um boletim de ocorrência com muito medo. Chorava muito porque estava com muito medo”, lamentou.
Allana representou o Acre no Miss Internacional Queen Brasil 2023. Ela é cabeleireira, maquiadora e também digital influencer. A reportagem tentou contato com Allana neste domingo (21) e aguarda retorno.
Ela contou que teve apoio e amparo da equipe da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher) para ir até a delegacia registrar a ocorrência.
“Registrei o boletim de ocorrência por transfobia, que é considerado crime para quem não sabe. Espero que esse vídeo possa encorajar todas as outras meninas a fazer o mesmo que fiz porque temos uma lei que nos ampara, temos uma lei que nos permite usar o banheiro feminino. Tenho todos os meus documentos certificados, mas mesmo assim fui proibida de usar”, criticou.
A miss não divulgou o nome do estabelecimento. Ainda no relato, Allana disse que a equipe de segurança do bar tinha uma mulher cisgênero, mas que não foi acolhida e nem amparada pela mulher.
“Enfim, não importa se você é a mulher trans ou travesti mais bonita desse universo, desse mundo, a partir do momento que sabem que você é travesti ou mulher trans vão te tratar de outra forma. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa tão calma, eu só quis sair e vim embora, mas meus amigos não deixaram. Tomaram as dores por mim, não gosto de tomar atenção, de barraco, confusão, mas por ser miss trans Acre tinha que fazer esse vídeo como alerta”, finalizou.
CANAIS DE AJUDA PARA CASOS DE VIOLÊNCIA
A PM disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher:
- Polícia Militar - 190: quando a criança está correndo risco imediato;
- Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras) (https://atendelibras.mdh.gov.br/acesso)