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Polícia

Médico é agredido com tapa no rosto por pai de criança durante atendimento em hospital do Acre

Médico é agredido com tapa no rosto por pai de criança durante atendimento em hospital do Acre

Michel Aguiar foi agredido pelo pai de uma criança durante atendimento dentro da UPA de Cruzeiro do Sul. Homem não queria aguardar a vez de ser chamado com a criança

O médico Michel Aguiar foi agredido pelo pai de uma criança durante atendimento dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. O caso ocorreu na noite da última terça-feira (16) e o médico fez corpo de delito e registrou um boletim de ocorrência.

O pai buscou a unidade de saúde com a filha com vômito e diarréia. O repórter da Rede Amazonica Acre, Mazinho Rogério, conversou com o médico nesta quinta-feira (18) quando o profissional foi prestar depoimento em uma delegacia da cidade. O profissional, que também é policial militar, relatou o que ocorreu na noite e lamentou a situação.

“É uma situação difícil. Tentamos dar nosso melhor em relação ao trabalho, tentamos sempre fazer o melhor e as pessoas não entendem que existe uma demanda muito elevada na unidade de pronto atendimento e não entendem que existem outras emergências. Acredito que minha carreira está sendo prejudicada após esse fato, que a unidade como um todo e eu que não tenho culpa dessa situação”, disse o profissional.

O g1 tenta contato com o pai da criança.

Com a divulgação do caso, o Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) divulgou uma nota de repúdio pelo ocorrido e pediu uma ‘apuração rigorosa dos fatos e punição exemplar do agressor com o objetivo de colocar fim a esses atos criminosos cometidos em unidades de saúde’.

“Esta entidade parabeniza o profissional pela serenidade, ética e eficiência que garantiu a assistência aos demais pacientes mesmo diante de tamanha adversidade e também se solidariza com os demais pacientes que vivenciaram essa situação constrangedora”, destaca.

A gerência da UPA também se manifestou sobre o caso nesta quinta. O gerente geral Macson Rosas confirmou que o profissional foi agredido porque o pai da criança não queria aguardar o médico avaliar o estado de saúde da filha.

“O médico estava fazendo seu serviço, no exercício de sua profissão e, infelizmente, aconteceu que um acompanhante não concordou com a conduta dele e acabou revidando com agressão”, lamenta.

Agressão

O médico contou sua versão da história quando foi prestar depoimento. Ele disse que estava atendendo uma grávida que estava com muitas dores e entrou em trabalho de parto durante o atendimento.

O parto foi feito e, por se tratar de uma UPA, não disponibilizava de todos os equipamentos para cuidar do pós-parto da paciente e iniciou o encaminhamento dela para a maternidade.

Enquanto fazia o encaminhamento, o profissional disse que foi avisado por uma enfermeira do estado de saúde da criança que estava com vômito e diarréia. “Falei com a enfermeira, que me explicou a situação da criança, pedi pra ela tomar certas condutas enquanto eu terminava o procedimento que estava em andamento que não poderia ser abandonado para atender outra paciente. Era uma paciente que tinha um certo grau de urgência em ser encaminhada para a maternidade”, disse.

Mesmo sem conseguir ir até a criança e fazer a avaliação pessoalmente, Michel Aguiar explica que pediu que a enfermeira hidratasse a criança, aplicasse medicação e solicitou alguns exames.

Segundo ele, a equipe de foi comunicada que ele iria avaliar a criança logo que terminasse a transferência da mulher que tinha dado à luz.

“Nesse meio tempo, quando fui avaliar a puérpera novamente e dar seguimento ao encaminhamento, o cidadão veio me abordar e indagar sobre a situação. A mesma coisa que falei aqui, falei para ele, expliquei a situação. Nesse momento falou palavras de baixo calão, falou que não queria saber de grávida nenhuma, estou falando de forma mais tranquila porque não foi dessa forma que falou”, recorda.

O médico garante que a criança foi atendida e recebeu os primeiros socorros. “Inclusive, a medicação está prescrita conforme o prontuário e a solicitação de exame, que, posteriormente, após o ocorrido, a própria mãe se evadiu com a criança do local”, argumenta.