Nos primeiros seis meses do ano, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) instaurou 1.038 mil
inquéritos de violência contra a mulher em Rio Branco. O dado é 14% maior do número registrado no mesmo período em 2018, que foi 910 processos.
Os casos envolvem violência doméstica e sexual, que incluem ainda estupro, importunação sexual, entre outros. Ainda segundo os dados, os ex-marido e ex-companheiros lideram o ranking de agressores. Em seguida aparecem os atuais companheiros ou maridos.
Processos
A coordenadora da Deam, delegada Juliana De Angelis, explicou que o número total de registro que chegam na delegacia é ainda maior. Porém, nem todo registro se resulta em um inquérito, em alguns casos a mulher quer apenas a medida protetiva contra o agressor e não processá-lo criminalmente.
“Há uma maior procura de serviços, as mulheres estão denunciando mais, procurando seus direitos. Há vários casos que a mulher não quer processar criminalmente o agressor, mas quer a medida. Então, não instauramos o inquérito, providenciamos as oitivas e encaminhamos à vara para as medidas protetivas”, frisou.
A delegacia não investiga os casos de feminicídio, exceto quando há flagrante. Esses casos ficam a cargo da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Já as tentativas de feminicídios são de responsabilidade da Deam.
“Houve uma tentativa de feminicídio em Rio Branco neste ano. Infelizmente, a violência doméstica sempre existiu. O que acho é que, além das pessoas estarem denunciando mais, a mídia também está noticiando mais. Não significa que passou a acontecer mais agora, em 2019, acredito que agora esse problema tem um foco maior”, reforçou.
Proteção
Ainda segundo a delegada, em mais de 95% dos casos, a vítima pede medida protetiva contra o agressor. Juliana acrescentou que o trabalho da polícia não se limita apenas na parte criminal, mas há um trabalho em conjunto com órgãos de proteção para tentar ajudar a vítima em outros aspectos da vida.
“A gente tenta não só resolver ou solucionar os problemas criminais dessa mulher, mas todas as outras áreas com acompanhamento social, psicológico ou de empoderamento para poder conseguir um emprego e até de habitação. Todos os órgãos trabalham fortemente para reduzir o número em nosso estado”, ressaltou.
Denúncia
A coordenadora destacou que qualquer pessoa pode denunciar um caso de violência doméstica. Não é necessário apenas a vítima procurar a polícia e pedir ajuda contra o crime. Além disso, a denúncia pode ser feita pelo telefone 180.
“Nosso trabalho é diuturno, 24 horas por dia tem pessoas na Deam para atender. Qualquer pessoa que tiver conhecimento pode denunciar e dependendo do caso incondicionado a gente já instaura o procedimento na hora, se não conversamos com a vítima. Mas, é muito importante a denúncia”, finalizou.