Gabriel Lima de Almeida foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado por feminicídio e porte ilegal de arma de fogo e agora passa a ser réu no processo. Crime ocorreu em maio deste ano em Rio Branco
A 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco aceitou denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC) contra Gabriel Lima de Almeida, acusado de matar a ex-companheira Luzivânia Araújo Freitas, de 26 anos, em maio deste ano em Rio Branco.
A vítima dormia em uma cama com as filhas de 7 e 4 anos quando foi assassinada com dois tiros na cabeça, no bairro Plácido de Castro, região da Baixada da Sobral.
Logo após o crime, Gabriel Lima de Almeida, 26 anos, procurou o 1º Batalhão da Polícia Militar, ainda com a arma usada para matar Luzivânia, e se entregou. Ele passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva. Desde então, segue preso.
Agora na condição de réu no processo, ele responde pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, além de porte ilegal de arma de fogo. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Almeida até última atualização desta reportagem.
Na decisão, o juiz Alesson Braz deu um prazo de 10 dias para o acusado apresentar defesa à denúncia. Além disso, manteve a prisão preventiva do réu.
Vítima tentou denunciar ameaças
Logo após o crime, o g1 conversou com a mãe de Luzivânia, que contou que a jovem ainda pensou em denunciar o companheiro, mas que desistiu após o pedido dele. Maria da Liberdade Araújo relatou que a filha estava em processo de separação e que recebia ameaças do ex, que andava armado.
Em depoimento à polícia, a mãe afirmou ainda que acredita que o ex-genro já vinha tramando há alguns dias o crime. Ela disse que ele não queria que a vítima rompesse o relacionamento com ele.
A mãe da jovem relatou ainda que a filha teve um relacionamento com Almeida por 7 anos e que teve uma filha com ele, a mais nova, de 4 anos. Ela contou que dias antes do crime ele ameaçou Luzivânia de morte, que foi até o trabalho dela armado depois de receber uma mensagem pelas redes sociais informando que ele estava sendo traído pela mulher.
Se entregou e confessou crime
Na delegacia, Almeida contou que no dia 20 de maio recebeu uma mensagem pelo Facebook dizendo que a vítima estava traindo ele com uma pessoa que ia buscá-la no trabalho. Ele disse que mandou no WhatsApp dela a mensagem e para a cunhada, que a vítima primeiro negou, mas depois mandou mensagem dizendo que era verdade. Contudo, logo depois voltou a negar.
Ele relatou que no dia 27 de maio, a vítima estava na casa da irmã bebendo e ele em casa cuidando das crianças, que por volta das 20 horas foi para a casa da irmã dela, que lá bebeu um copo de ‘corote’ e que a vítima disse que não ia se separar dele e passou a dizer que ia trair ele.
Almeida contou que após isso, Luzivânia foi para casa acompanhada da irmã e de uma prima e ele foi deixar um primo dela no aeroporto. Depois voltou para casa e encontrou a vítima com as filhas dormindo na cama, que começaram a conversar no quarto sobre o relacionamento e que ela voltou a dizer que ia traí-lo. Ele disse que ia embora e ela falou que ele podia ir, que não queria mais ele, e que já tinha mesmo traído ele. Falando que ele era corno e que não tinha coragem de fazer nada.
Após isso, ele disse que levantou da cama, foi ao banheiro e depois pegou a arma e voltou em direção à cama, acendeu a luz e chamou por ela. Quando a vítima levantou a cabeça e respondeu, ele atirou duas vezes seguidas no rosto dela. Ele disse que as filhas estavam dormindo do lado da mulher e que não tinha intenção de matar as crianças.
Ele afirmou que depois saiu do local e foi direto para o batalhão da polícia para se entregar, porque tinha se arrependido de ter atirado contra Luzivânia.