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Polícia

Júri popular de grupo acusado de chacina contra família boliviana na fronteira é remarcado para agosto

Júri popular de grupo acusado de chacina contra família boliviana na fronteira é remarcado para agosto

O julgamento ocorreria nesta segunda-feira (31), mas foi remarcado para o dia 7 de julho, com previsão de durar cinco dias. O crime bárbaro ocorreu no dia 13 de setembro de 2020

Os seis brasileiros envolvidos no crime bárbaro contra uma família boliviana na fronteira do Acre tiveram o júri popular remarcado para o dia 7 de agosto. Em maio, a Justiça havia marcado o julgamento para começar nesta segunda-feira (31), mas a data foi remarcada para o dia 7 de agosto.

O crime ocorreu no dia 13 de setembro do ano passado próximo das cidades acreanas de Acrelândia e Plácido de Castro, na região de fronteira com a Bolívia. Uma mulher boliviana e os dois filhos foram mortos a tiros depois que a filha de 14 anos foi estuprada por um acreano.

O júri vai ocorrer na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco e vai analisar se os acusados cometeram crime de homicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menores. O crime de estupro de vulnerável não será analisado porque o acusado, o pivô de toda confusão, foi assassinado em abril do ano passado.

A previsão é de que sejam ouvidas 21 pessoas sendo seis testemunhas pelo Ministério Público, nove de defesa e interrogatório dos seis acusados. O julgamento deve durar quatro dias, segundo Tribunal de Justiça.

Entre os acusados estão Gean Carlos Alves da Silva, José Francisco Mendes de Sousa, Geane Nascimento da Silva, Gean Carlos Nascimento da Silva, Gilvan Nascimento da Silva e Luciano Silva de Oliveira. Todos da mesma família.

O sétimo acusado, Gilvani Nascimento da Silva, de 19 anos, que teria sido o pivô de toda confusão que terminou em tragédia, foi assassinado a tiros no último dia 6 de abril, em Rio Branco. Na mesma decisão que manteve a prisão do grupo, o juiz Alesson Braz declarou extinta a punibilidade contra Silva.

Denúncia

Em novembro de 2020, o grupo tinha sido denunciado pela promotoria de Acrelândia, no interior do estado. Mas, por se tratar de um crime cometido por brasileiros na fronteira, o caso foi remetido para a capital e tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

A nova denúncia foi feita no último dia 3 de maio deste ano e aceita pelo juiz Alesson Braz no dia 6 de maio aquele ano. O processo corre em segredo de Justiça.

O inquérito policial foi concluído no dia 7 de outubro de 2020. Em dezembro, a promotora responsável pelo caso, na época, em Acrelândia, Bianca Bernardes Moraes, confirmou que todos os sete tinham sido denunciados e aguardavam audiência.

Na época, ela informou ainda que o adolescente apreendido suspeito de participação no crime já tinha sido representado, julgado e condenado. No entanto, Bianca não informou o tempo de condenação do menor e nem por qual crime.

Os seis acusados estão presos no Complexo Penitenciário de Rio Branco. O último foi preso no dia 30 de dezembro de 2020 na cidade de Acrelândia. Mas, a prisão só foi confirmada pela Polícia Civil no início de fevereiro desse ano. O adolescente condenado por participação no crime do crime está apreendido em um centro socioeducativo de Rio Branco.

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 13 de setembro de 2020, na área de fronteira entre o Acre e a Bolívia, depois que o pai de uma adolescente de 14 anos flagrou um acreano estuprando a filha e decidiu amarrá-lo para chamar a polícia.

Parentes do suspeito de estupro, então, apareceram e atacaram a família boliviana em sua propriedade. Após atirar contra a família (mãe e dois filhos morreram), os suspeitos ainda queimaram a casa. A adolescente que foi estuprada também foi baleada, mas sobreviveu após ser socorrida.

Adolescente e pai ficaram em abrigo

A adolescente boliviana que viu a mãe e os dois irmãos serem mortos e também levou tiros chegou a ficar em um abrigo no Acre com o pai, após receber alta médica do hospital.

Eles eram acompanhados por uma equipe do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância, Educação e Execução de Medidas Socioeducativas (Caop) do Ministério Público do Acre. Em dezembro do ano passado, pai e filha voltaram para a Bolívia.

A menina levou quatro tiros no ataque e ficou internada em Rio Branco por 40 dias. Ela teve alta médica no dia 23 de outubro de 2020, após passar por três cirurgias, no braço e no maxilar.