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Polícia

Indígena do AC é preso suspeito de bater e manter em cárcere privado servidora pública do PR em aldeia

Indígena do AC é preso suspeito de bater e manter em cárcere privado servidora pública do PR em aldeia

Vítima se relacionava com o indígena há cerca de um ano na Aldeia Grota, zona rural de Feijó. Segundo as investigações, mulher é servidora pública do TRT do Paraná e conheceu indígena no Acre

Um indígena da etnia Huni Kuin, de 50 anos, foi preso por violência doméstica e cárcere privado na manhã desta sexta-feira (3) na Aldeia Grota, zona rural de Feijó, cidade do interior do Acre. A Polícia Civil recebeu denúncias de que o indígena agredia e mantinha em cárcere a companheira dele, uma servidora pública do estado do Paraná (PR).

A aldeia fica uma distância de quatro horas de barco da zona urbana de Feijó. A prisão foi acompanhada por equipes do Ministério Pública do Estado, Corpo de Bombeiros e Fundação Nacional do Índio (Funai).

O chefe substituto da Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai em Feijó, José Augusto Brandão, contou que acompanhou a equipe policial para que todos os direitos do indígena fossem garantidos.

“Nossa ida lá foi simplesmente guarnecer o índio, para ver se os policiais iam entrar com uma ação pesada na aldeia, confrontando. Graças a Deus, foi tudo tranquilo, o delegado foi muito gentil, tudo com muita educação, mas o indígena foi com muita arrogância. Só dei uma palavra com o índio na descida do rio”, relembrou.

Ao g1, o delegado responsável pelo caso, Railson Ferreira, disse que a mulher tem 42 anos e morava há cerca de um ano com o indígena na aldeia. Ela é servidora pública do Tribunal Regional Trabalho, veio para o Acre há mais de um ano, se envolveu com o suspeito e acabou ficando no estado acreano.

Ainda segundo as investigações, a vítima sofria agressões físicas e psicológicas praticadas pelo indígena desde o início do relacionamento. Em 2021, a Polícia Civil já tinha recebido denúncias do crime, uma equipe foi até a aldeia, mas o homem não foi preso por falta de provas.

“É muita coisa, ela está toda lesionada, essas agressões não são de hoje, eu estive ano passado lá, só que a gente não conseguiu perceber o crime porque ela era outra pessoa. Era saudável e agora está muito debilitada, muito magra com o rosto lesionado”, acrescentou.

Ferreira falou também que a vítima foi proibida pelo indígena de ter acesso ao aparelho celular, internet e outros meios de comunicação. “Há vários relatos das agressões, mas não consegui configurar porque ela não conta a verdade”, explicou.

Na tarde desta sexta, o delegado esteve na promotoria do MP-AC de Feijó para, junto com o promotor, ouvir a vítima. O suspeito ainda não foi ouvido pela autoridade policial. Ele passou por audiência de custódia ainda nesta sexta e uma juíza manteve a prisão preventiva.

O indígena deve ser levado para um presídio do estado neste sábado (4). “Já foi atendida por uma psicóloga, médica e um representante da Funai. Foi montada uma grande estrutura para essa mulher”, concluiu.