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Polícia

IML não tem previsão para identificar e liberar corpos de vítimas de acidente aéreo que deixou 12 mortos no AC

IML não tem previsão para identificar e liberar corpos de vítimas de acidente aéreo que deixou 12 mortos no AC

Diretor do departamento de polícia técnico-científica informou que equipes estão empenhadas para dar resposta ‘o mais rápido possível’. Por conta da situação dos corpos, perícia tenta identificação por DNA e auto-reconhecimento

A Polícia Técnica Científica do Acre ainda não tem uma previsão de prazo para começar a identificar e liberar os corpos das 12 pessoas que morreram na queda de uma aeronave na manhã desse domingo (29), próximo à pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco.

Na aeronave estavam seis homens, três mulheres e uma criança de 1 ano e 7 meses, além do piloto e do copiloto.

Por causa do estado de alguns corpos, a perícia tenta a identificação por meio de DNA e auto-reconhecimento. O diretor-geral do departamento de Polícia Técnica Científica, Mário Sandro Martins informou que já foram coletadas amostras dos restos mortais das vítimas.

“A Polícia Civil, na sua área técnico-científica, está focando nesse trabalho, deixando outros trabalhos secundários, com a intenção de poder dar uma resposta o mais rápido possível para os familiares. Prazo, não temos como dar, mas o nosso trabalho é para que seja o mais breve possível. Para identificação técnico-científica, nós estamos trabalhando com o auto-reconhecimento dessas vítimas, que é por meio de características antropológicas, com alguns dados particulares de cada vítima. Por mais que o estado delas esteja bem complicado, o IML consegue identificar se tinha uma prótese, uma placa de cirurgia, implantação de pino, ou outras coisas particulares, como cordão, relógio, que possa então a família dizer que eles usavam esses pertences”, afirmou o diretor.

Martins disse ainda que foi feito uma reunião nesse domingo com os familiares das vítimas e área técnica do IML, e iniciada entrevista individual com cada parente para obter informações que auxiliem na identificação. “Com esse reconhecimento, nós podemos liberar esses corpos quando for possível, mas todos vão ter que passar pelo exame de DNA, já foram coletadas amostras desses corpos.”

Nenhum corpo foi identificado até a manhã desta segunda-feira (20). O diretor disse que alguns familiares das vítimas, que são de Eirunepé e Envira, no Amazonas, ainda estão chegando na capital acreana.

“Muitos não vão poder vir, devido às condições e estamos entrando em contato com eles para obter informações e também para obter as amostras biológicas deles para fazer o confronto de DNA, estamos entrando em contato com a área da saúde desses municípios para que eles possam então colher essas amostras e enviar para nós para que possamos fazer o processo de identificação.”

Em nota, a governo do Amazonas informou que está prestando apoio às famílias das vítimas do acidente aéreo que moravam no município de Envira, para a viagem a Rio Branco, para o processo de reconhecimento e liberação dos corpos.

“A Secretaria de Estado da Casa Militar também vai organizar a logística para o translado dos corpos das vítimas até o Amazonas, após liberação pelas autoridades acreanas. A ajuda está sendo realizada conforme tratativas entre a Prefeitura Municipal de Envira e o Governo do Estado. Já a Prefeitura Municipal de Eirunepé não solicitou apoio ao Governo do Amazonas e tem tratando diretamente com o Governo do Estado do Acre. O governo do Amazonas reforça que segue à disposição das prefeituras municipais dos dois municípios para auxiliá-las em tudo o que for necessário”, diz a nota.

O governo do Acre informou que todas as 12 vítimas morreram carbonizadas. No entanto, conforme o diretor do departamento de Polícia Técnica Científica, ainda não é possível confirmar a causa da morte.

“No momento ninguém pode afirmar nada. Logo que vieram para o IML, houve um exame cadavérico de cada corpo e daí ele vai analisar e emitir um laudo e pode apontar a causa da morte. Dizer se morreu com o impacto ou depois dele, nesse momento, não podemos dizer isso. Vamos esperar esse exame cadavérico e vamos ter um direcionamento sobre isso”, afirmou.

O voo era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas (confira os detalhes abaixo). A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem. Nesta segunda, o espaço da empresa no aeroporto de Rio Branco estava fechado e apenas uma mensagem com números de telefone foram colocadas na porta.

O advogado da empresa, Thiago Abreu, informou ao g1 que o piloto e o copiloto tinham experiência e treinamento. Segundo a Anac, o avião estava em situação regular.

Seis das vítimas eram de Eirunepé (AM). Havia, ainda, moradores de Envira (AM). Veja a lista das vítimas aqui.

A aeronave era pilotada por Cláudio Atílio Mortari, que, de acordo com suas redes sociais, era natural de São Paulo, mas também morava em Itaituba. O copiloto que Kleiton Lima Almeida, de 39 anos, que também morreu na queda de avião, nasceu e morava em Itaituba, no sudoeste do Pará. Ele tinha se tornado pai há um mês.

Os bombeiros conseguiram controlar as chamas após cerca de quatro horas, e a retirada de corpos e destroços foi iniciada. A aeronave caiu em um local que dificultou a chegada das equipes de resgate.

Ambulâncias do Samu, viaturas da Polícia Militar e um helicóptero do Ciopaer se deslocaram até o local para auxiliar nas ações.

Investigação

O Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), localizado em Manaus, vai apurar as causas da queda do avião.

De acordo com a Aeronáutica, na investigação “serão utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo”.