Defesa do idoso entrou com pedido na Justiça de Cruzeiro do Sul alegando que o cliente tem problemas de saúde. Homem foi preso no último dia 16, após família de Marechal Thaumaturgo denunciar o caso
O idoso de 73 anos suspeito de estuprar e engravidar a neta de 13 anos zona rural de Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, teve um pedido de prisão domiciliar negado pelo Juízo da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Cruzeiro do Sul.
Ele está preso desde o dia 16 de março, quando teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e foi transferido para o presídio de Cruzeiro do Sul.
A defesa entrou com pedido de prisão domiciliar alegando para a Justiça que o cliente, além de ser idoso, sofre com pressão alta e gastrite nervosa. Outro argumento usado é sobre o risco de contaminação pela Covid-19 na unidade prisional.
O G1 tentou contato com os advogados citados no processo, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Na decisão, o juiz de Direito Marlon Machado destacou que, após a soltura, o idoso poderia utilizar da liberdade para ameaçar a vítima.
“Da análise do caso, é possível perceber que a manutenção da prisão preventiva do investigado é medida necessária para manutenção da ordem pública e da instrução criminal, visto que o acusado à solta poderá voltar a ameaçar a adolescente e sua família, conforme fundamentado na decisão que decretou a referida prisão”, afirmou o juiz.
Abuso e gravidez
O homem teria ainda abusado de outras duas netas, de 6 e 10 anos. Segundo o delegado que investiga o caso, Heverton Roberto de Carvalho, ele confessou o abuso contra a neta de 13 anos, mas negou das outras duas.
O caso foi denunciado pela família no último dia 14 para um servidor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Cruzeiro do Sul.
No dia 16 de março, a Polícia Civil levou a menina ao médico para exames de conjunção carnal e ficou comprovado o abuso. Além disso, o exame mostrou que a menina está no segundo mês da gravidez. Ela foi acompanhada por uma policial civil.
Segundo a policial, a menina estava muito abalada e contou que era ameaçada de morte pelo avô se contasse sobre os abusos.
Os abusos teriam iniciado quando a menina tinha seis anos. A vítima morava com os avós maternos desde os três anos. A mãe dela mora na mesma comunidade e próximo da casa dos pais.
Após a avó morrer, há dois anos, os abusos ficaram mais constantes. Ela passou a morar apenas com o avô e um tio, que trabalha no roçado, e na ausência dele, o idoso aproveitava para abusar da neta. Após saber do crime, a mãe das meninas falou com os irmãos e decidiu denunciar o caso.
Em depoimento, a mãe das meninas declarou que as outras filhas também relataram, com muito medo, os abusos do avô. Para esconder o crime, o idoso também ameaçava as netas de morte e dizia que ele iria preso. Segundo a polícia, os familiares afirmaram que nunca desconfiaram dos crimes e ficaram todos em choque.