Somente um dos sete réus foi condenado a mais de 104 anos de prisão em regime inicial fechado. Julgamento ocorreu durante terça (16) e quarta-feira (17) na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco
Após dois dias de julgamento, os sete acusados de participação em um tiroteio no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em abril de 2021, em Rio Branco que deixou um morto e sete feridos foram condenados a penas que, somadas, passam dos 470 anos. O júri iniciou na terça-feira (16) e terminou na noite dessa quarta-feira (17) na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco.
Durante o julgamento foram ouvidas 12 pessoas entre vítimas sobreviventes do ataque e testemunhas. Além disso, os sete réus foram interrogados.
O grupo foi condenado pelos crimes de homicídios qualificados tentados e consumado – com as qualificadoras de motivação torpe, emprego do recurso que dificultou a defesa do ofendido, e meio cruel. Além dos crimes de roubo e corrupção de menor.
Condenação
- Elvis Preslei de Sena Figueiredo: condenado a uma pena concreta e definitiva de 93 anos, 9 meses, 5 dias de reclusão e 184 dias multas.
- Gabriel Miranda Gonçalves: condenado a uma pena concreta e definitiva de 104 anos, 9 meses e 152 dias multas.
- Lucas Cunha de Araújo: condenado a uma pena concreta e definitiva de 56 anos, 11 meses, 10 dias de reclusão e 184 dias multas.
- Margarido Freire Costa: condenado a uma pena concreta e definitiva de 57 anos, 9 meses, 10 dias de reclusão e 184 dias multas.
- Arthur Carvalho Gomes: condenado a uma pena concreta e definitiva de 79 anos e 22 dias de reclusão e 138 dias multas.
- Josias Silva de Lima: condenado a uma pena concreta e definitiva de 69 anos, 4 meses, 13 dias de reclusão e 184 dias multas.
- Ademildo Bertoldo da Silva Neto: condenado a uma pena concreta e definitiva de 10 anos e 6 meses de reclusão e 46 dias multas.
O grupo deve cumprir as penas em regime inicial fechado e a juíza Luana Campos indeferiu o direito dos réus recorrerem em liberdade. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos acusados.
O grupo foi pronunciado em agosto do ano passado pela juíza Luana Campos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco para irem a júri. As defesas deles entraram com recurso pedindo a anulação da sentença alegando que não havia indícios de participação deles na prática dos crimes. Mas, por unanimidade, os desembargadores da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) mantiveram a decisão de pronúncia eles.
O Ministério Público do Acre rebateu os argumentos das defesas e se manifestou pela manutenção da sentença de pronúncia. E, ao analisar o pedido, o desembargador relator Samoel Evangelista entendeu que as provas nos autos acerca da autoria “são suficientes para submeter os réus a julgamento pelo Tribunal do Júri.”
Inicialmente, nove pessoas eram acusadas pelo crime, mas depois de uma audiência de instrução e julgamento, dois dos envolvidos foram absolvidos e não vão a júri.
Invasão e tiroteio
No dia 5 de abril de 2021, moradores do Conjunto Habitacional Cidade do Povo, na região do Segundo Distrito de Rio Branco, viveram momentos de tensão após um grupo de criminosos armados invadir as ruas do bairro e efetuar vários disparos contra rivais.
Eles gravaram o momento da invasão e o vídeo viralizou nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver vários homens armados correndo pela rua do bairro e são efetuados vários tiros.
Na ação dos criminosos uma pessoa foi morta e outras sete ficaram feridas, sendo que uma delas ficou em estado grave e foi levada ao PS. A vítima fatal foi o preso monitorado por tornozeleira eletrônica Yuri Matheus de Lima Cavalcante. Ele estava dentro de uma lanchonete quando foi atacado com vários tiros e facadas.
Os criminosos chegaram no bairro em dois carros, segundo informações da polícia. O ataque iniciou na quadra de grama sintética da Cidade do Povo. No local, os bandidos feriram cinco homens com tiros nos pés, mãos e nádegas. Em seguida, eles correm pelas ruas atirando e uma outras duas pessoas foram baleadas no meio da rua.
Após a ação, os bandidos ainda roubaram uma caminhonete e uma motocicleta para a fuga.