Colegas de trabalho de Francisco Maia, de 56 anos, chegaram a fechar a Ponte Metálica na manhã desta quinta-feira (27) para cobrar agilidade nas investigações. Freteiro está sumido desde segunda (24) quando foi fazer um frete em Rio Branco
A família e colegas de trabalho do freteiro Francisco Alves Maia, 56 anos, cobram agilidade nas investigações e respostas sobre o paradeiro do motorista. Nesta quinta-feira (27), um grupo de freteiros fez um ato no Centro de Rio Branco e chegou a fechar a Ponte Juscelino Kubitschek, conhecida como Ponte Metálica, em protesto contra a violência.
Maia sumiu na tarde de segunda (24) após sair de casa para fazer um frete no Loteamento Praia do Amapá, na capital acreana. Ele recebeu a ligação de uma mulher para levar uma mudança e não deu mais notícias.
A família avisou a polícia pelo 190 e registrou um boletim na Delegacia Especializada de Combate a Roubos e Extorsões (Decore) na manhã dessa terça (25). Com ajuda das câmeras de monitoramento da Segurança Pública, os investigadores teriam visto imagens do caminhão de Maia na cidade de Epitaciolândia, interior do Acre.
O caso é investigado pela Decore. Ao G1, a assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que o delegado Leonardo Santa Bárbara vai atender a imprensa nesta sexta (28) para falar sobre o caso.
A filha do freteiro, Ana Paula Maia, disse que a família espalhou cartazes com fotos do motorista pela cidade e nas redes sociais para receber alguma notícia do paradeiro do pai. Segundo ela, a polícia falou que não poderia repassar muitos detalhes para não atrapalhar as investigações.
“Estamos buscando, mas sem sucesso. A polícia, possivelmente, já [tem informações] mas disse que não poderia nos falar porque se vazar alguma informação pode dificultar ainda mais as investigações. Estamos tão desesperados que não tenho mais nem ação para nada”, lamentou.
Ainda segundo a jovem, a mãe dela está muito abalada com o sumiço do marido. “Precisamos de providências. Se a segurança pública quiser agir, encontram meu pai”, cobrou.
Manifestação
Na manhã desta quinta, um grupo de freteiros fez um ato no Centro de Rio Branco também para cobrar respostas à Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Os motoristas se reuniram no estádio Arena Acreana, no Segundo Distrito, seguiram para frente do prédio da Sejusp e depois fecharam, por cerca de 40 minutos, a Ponte Metálica.
“Falamos com o subsecretário de Segurança, a polícia não passa nenhuma informação e quando a família vai na delegacia diz que estão investigando, mas o homem está, desde segunda, desaparecido e não tem resposta. A pessoa que falou com a gente ligou para o Gefron no sentido de localizar o caminhão, mas nosso intuito é localizar seu Francisco. No momento, o foco é ele, estamos nessa busca”, disse o também freteiro Alberto Bandeira.
O motorista afirmou que o ato contou com aproximadamente 60 freteiros. Se até segunda (31) o grupo não obtiver respostas, Bandeira afirmou que a categoria vai fazer um movimento muito maior, inclusive com a participação de outras categorias, para conseguir agilidade nas investigações.
“Prometeram mais pessoas envolvidas, mais viaturas e falaram que o trabalho é minucioso para não colocar em risco a vida dele. Ficamos encarregados de enviar informações também para ajudar. Eu, graças a Deus, nunca sofri isso, mas ele já teve três caminhões roubados. É difícil, sempre sofremos essas agressões de bandidos e não fazem nada. Não tem fiscalização nas estradas você sai daqui [de Rio Branco] e não é parado na estrada”, criticou.
Os manifestantes foram recebidos pelo secretário-adjunto de Segurança Pública, Maurício Pinheiro. Ele reforçou que a inteligência, tanto da Polícia Civil como da Polícia Militar, estão empenhada para localizar o freteiro.
“Eles colocaram as preocupações deles, solicitaram esse empenho e, após ouvi-los, inclusive, todo sistema de segurança pública está sensibilizado com a situação, solicitamos que fossem até a delegacia responsável pela investigação, onde foram recebidos pelo delegado Leonardo Santa Bárbara, que é o coordenador da Decore. Entenderem que o sistema de segurança está empenhado e solicitamos o fim de paralisação, o que foi acatado”, argumentou.