Thiago Celso Andrade Reges foi um dos alvos da Operação Delivery, contra exploração sexual e tráfico de mulheres no Acre. Ele foi preso por exercer de forma ilegal medicina em cidades do Ceará
O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, preso por exercer de forma ilegal medicina em cidades do Ceará na sexta-feira (17), já foi alvo de operação contra rede de prostituição e exploração sexual e responde por tráfico internacional de mulheres no Acre.
Conforme a Polícia Civil do Ceará, ele é investigado ainda por estelionato, falsidade ideológica e de documentos. O mandado de prisão temporária foi cumprido no Bairro Cocó, em Fortaleza. Ao g1, a defesa do preso informou que ainda vai ter acesso aos autos e que o caso corre em segredo de Justiça.
Reges chegou a atuar de forma ilícita como médico em diversos municípios cearenses, entre eles Baturité, Itapajé e Mulungu. Ainda segundo os levantamentos policiais, o homem tentava validar um falso diploma de medicina.
Durante as investigações, conduzidas pelo 5º Distrito Policial do Ceará, foi verificado que o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) já havia recolhido a carteira do CRM, que havia sido obtida de forma fraudulenta e instaurado procedimento administrativo contra o suspeito.
Um jaleco, estetoscópio, notebooks, tablet, aparelhos celulares, maquinetas e pendrives foram apreendidos. Agora, o homem segue à disposição da Justiça.
Condenado por exploração sexual
O falso médico foi um dos alvos da “Operação Delivery”, que investigou uma rede de prostituição e exploração sexual envolvendo mulheres maiores e menores de idade, na capital acreana, Rio Branco.
Em julho de 2013, ele foi condenado, junto com outros 14 denunciados, em decisão do juiz Romário Divino, titular 2ª Vara da Infância e Juventude de Rio Branco na época.
Thiago Celso Andrede Reges foi condenado a cinco anos e nove meses de reclusão, de forma concreta e definitiva, em regime semi-aberto. Ainda segundo a decisão, foi concedido a ele o direito de recorrer em liberdade.
“Trechos de interceptações telefônicas demonstraram que os agenciadores também se inter-relacionavam, fazendo o intercâmbio de ‘garotas de programa’, auxiliando-se mutuamente, empregando a mesma estratégia de aliciamento, oferecendo garotas para a realização de programas sexuais a clientes comuns e até praticando o tráfico internacional”, informou a Justiça na época.
Operação Delivery
A Operação Delivery, resultado de um trabalho conjunto entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Acre, foi deflagrada em Rio Branco no dia 17 de outubro de 2012, com a prisão de sete pessoas acusadas de operar rede de prostituição e exploração sexual com envolvimento de menores.
Segundo o inquérito policial, foi constituída na cidade uma extensa e organizada rede de prostituição e exploração sexual envolvendo mulheres maiores e menores de idade que era comandada por sete pessoas, denunciadas pelo favorecimento da exploração sexual de mulheres maiores de idade e adolescentes, entre 14 e 18 anos de idade, assim como pela conduta de rufianismo, vez que se sustentavam da prostituição alheia.
Ainda conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual, os envolvidos no caso eram separados em dois grupos distintos: os que integravam o chamado “núcleo de agenciadores” da rede de prostituição e exploração sexual, intermediando e oferecendo garotas por eles negociadas para fazer programas sexuais com os do núcleo denominado de “usuários” ou “clientes”.